A quarta edição dos Jogos Escolares da Rede Municipal tem consolidado o esporte como instrumento de inclusão. Nesta edição, 85 alunos com deficiência participam das provas de bocha adaptada — com e sem cadeira de rodas — e do atletismo com corrida guiada, voltada para estudantes com deficiência visual.
Ao todo, 3.772 alunos de 40 escolas participam dos jogos, que terminam neste sábado, dia 15, com premiações nas categorias coletivas, individuais e paralímpicas. Esse número representa um acréscimo de 774 estudantes em relação à edição anterior.
Participação que cresce e fortalece políticas inclusivas
A ampliação das modalidades paralímpicas nos últimos anos tem estimulado a adesão de estudantes com perfis e necessidades diversas. As escolas intensificaram ações de incentivo e preparação, promovendo integração e desenvolvendo capacidades motoras, cognitivas e sociais.
Na bocha, categoria que vem ganhando mais adesão na rede municipal, a aluna Maria Luiza, 11 anos, da Escola Juslany de Souza Flores, participa pela segunda vez. “É muito bom competir. Estou confiante e acho que vou ganhar”, afirmou.
A mãe, Carmelita Borges, destaca o progresso da filha. “Ela está com mais autoestima e confiança. Acho isso maravilhoso! No ano passado também a acompanhei, oferecendo o apoio necessário. Fico muito orgulhosa”, disse.
O professor de Educação Física John Silva relata que percebeu o potencial de Maria durante as aulas. Mesmo com limitações, a estudante demonstrava facilidade nas atividades esportivas e chegou a treinar de forma improvisada em casa.
“Descobri que ela praticava bocha com pedras: organizava as maiores como alvo e aproximava as menores como se fossem as bolas oficiais. Isso demonstra iniciativa, criatividade e uma grande vontade de evoluir. O interesse dela chamou atenção e decidimos investir nos treinos”, relatou.
Para o professor, os benefícios vão além das quadras. “Essas experiências ajudam as crianças a lidarem com ansiedade, pressão e desafios. A Maria já chegou ao segundo lugar no ano passado e vem aprendendo a transformar isso em maturidade. Isso repercute nos estudos e na vida — o esporte tem essa força”, pontuou.
Histórias de continuidade e vínculo com o esporte
Yane Vitória, 11 anos, da Escola Cantinho Feliz, participa pela terceira vez da competição. Ela disputa a bocha, mas também demonstra interesse por outras modalidades.
“Eu adoro os jogos porque posso interagir com os amigos e praticar esporte. Também gosto de vôlei, futebol e pular corda. Educação Física e Matemática são as minhas matérias preferidas”, disse.
Cuidadores fortalecem autonomia dos estudantes
Para alunos que precisam de apoio, o trabalho das equipes de cuidadores é essencial. Rosilene Rodrigues, que atua na Escola Menino Jesus de Praga, acompanhou a aluna cadeirante Ella Catarina.
“As modalidades adaptadas são fundamentais. As crianças se sentem incluídas, participam com alegria e ganham mais autonomia. A interação com os colegas ocorre naturalmente e isso fortalece a inclusão no dia a dia”, reforçou a cuidadora.
Encerramento – As disputas seguem até sábado, 15, na Vila Olímpica Roberto Marinho. A premiação contemplará as modalidades tradicionais, recreativas e paralímpicas, reafirmando o compromisso da rede municipal com uma escola que valoriza o esporte, a inclusão e o desenvolvimento dos estudantes.




