O Governo de Roraima está oferecendo um curso de corte e costura com a participação de 32 reeducandas da CPFBV (Cadeia Pública Feminina de Boa Vista). Essa iniciativa visa qualificar mulheres que estão em um regime de privação de liberdade e que são novatas na costura, permitindo que elas fabriquem itens como ecobags e nécessaires, promovendo assim sustentabilidade, criatividade e ressocialização.
O curso, com uma carga horária de 40 horas, começou no dia 2 de junho e finalizará nesta sexta-feira, 13. Esta qualificação resulta de um Termo de Cooperação Técnica entre a Sejuc (Secretaria da Justiça e da Cidadania) e a Setrabes (Secretaria do Trabalho e Bem-Estar Social), que têm como objetivo oferecer cursos profissionalizantes para indivíduos em regime de detenção nas unidades prisionais.
De acordo com Maria José da Conceição, diretora do Departamento de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania da Sejuc, a intenção é que esses reeducandos desenvolvam habilidades e conhecimentos técnicos necessários para o mercado de trabalho, auxiliando também na remição de pena.
“Essa parceria é de suma importância, pois a Setrabes é o órgão que se responsabiliza pelas políticas direcionadas aos grupos específicos, que precisam de apoio para se profissionalizar e conquistar um espaço no mercado de trabalho. O processo de reintegração social envolve todos os órgãos para que essas pessoas retornem à sociedade de maneira produtiva, ocupando uma vaga no mercado de trabalho, o que fortalecerá sua permanência longe do crime”, ressaltou.
Gabriel Maciel, coordenador da Política de Emprego, Trabalho e Renda da Setrabes, explicou que, dentro do Termo de Cooperação Técnica, a função da secretaria é contratar os instrutores e facilitar cursos de qualificação nas Cadeias Públicas Feminina e Masculina de Boa Vista.
“Implementaremos cursos de qualificação profissional para a geração de renda e autonomia financeira. A ideia é que, mesmo que não consigam uma colocação no mercado de trabalho, os reeducandos tenham a possibilidade de garantir sua autonomia financeira após a saída do sistema prisional. Nosso trabalho é prepará-los para o mundo da geração de renda, seja pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) ou pelo empreendedorismo.
Durante o curso, as reeducandas estão confeccionando bolsas ecológicas com algodão cru e nécessaires utilizando materiais recicláveis. Conforme a professora do curso, Veronica Dominguez, o objetivo é ensinar as reeducandas a manusear a máquina de costura, cortar e criar os produtos.
“Queremos estimular a criatividade dessas mulheres, para que consigam criar uma bolsa e aprender o passo a passo, gerando renda por meio desse projeto, além de promover a saúde mental e a terapia ocupacional por intermédio da produção dessas bolsas”, esclareceu.
Os produtos confeccionados pelas reeducandas ao longo do curso serão doados em ações sociais promovidas pela Sejuc e Setrabes em datas específicas, como o Dia das Crianças.
Ressocialização
A Sejuc tem avançado nas iniciativas de ressocialização de indivíduos privados de liberdade nas unidades prisionais. Na CPFBV, 45 internas já participaram de cursos em diversas áreas, incluindo corte e costura, panificação e atendimento ao público, entre outras.
Com o intuito de preparar essas pessoas profissional e intelectualmente para assegurar uma posição no mercado de trabalho, a Sejuc tem implementado diversas ações de ressocialização, como o Projeto Renascer e a educação dos apenados. Na esfera educacional, a secretaria tem promovido cursos preparatórios para o Encceja PPl (Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos para Pessoas Privadas de Liberdade ou sob Medida Socioeducativa) e o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
