A DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente) da PCRR (Polícia Civil de Roraima) promoveu, nesta quarta-feira, 14, mais uma palestra do projeto Caminhos Seguros, focando no enfrentamento à violência infantil. A atividade alcançou 230 alunos do 6º ao 9º ano da Escola Estadual Presidente Castelo Branco, localizada no município de Caracaraí.
Essa iniciativa faz parte da Operação Nacional Caminhos Seguros, coordenada pelo MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública), e se insere nas atividades em homenagem ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, que é celebrado no dia 18 de maio.
Durante a palestra, conduzida por uma equipe da DPCA — que inclui agentes, escrivães e profissionais da área psicossocial — a delegada titular Jaira Farias sublinhou a importância da prevenção e da denúncia.
“O principal objetivo é orientar, educar e, acima de tudo, prevenir crimes, unindo esforços no combate à violência sexual contra crianças e adolescentes. E não apenas a violência sexual, mas também a física, psicológica, patrimonial, a exploração do trabalho infantil e todo o contexto de violência dirigido a essa faixa etária”, explicou.
A delegada ressaltou que os alunos foram orientados a identificar diversas formas de violência — física, psicológica, sexual e a negligência — e a buscar ajuda em situações de risco.
O gestor da escola, José Nilton, destacou a importância da colaboração com a Polícia Civil no ambiente educacional. “É sabido que a violência ocorre frequentemente dentro de casa, nas ruas, e acaba refletindo na escola. É aqui, no ambiente escolar, que professores e gestores notam que essas crianças apresentam baixo desempenho na aprendizagem. Assim, sensibilizá-las e promover a conscientização é fundamental, tanto para a vida familiar delas quanto para a prevenção de situações que afetam essas crianças e adolescentes”, afirmou.
A psicóloga da DPCA, Dorisônia Cavalcante, enfatizou a necessidade de que pais e responsáveis fiquem atentos aos sinais emitidos pelas crianças.
“É crucial que os pais percebam o grito de socorro que muitas vezes é silencioso. Costumo afirmar em minhas palestras de prevenção que ‘quando a boca se cala, o corpo fala’, pois frequentemente as crianças não conseguem verbalizar suas dores, e seu corpo acaba revelando por meio de tristeza, angústia, choro e agressividade”, alertou.
Caixinha do Segredo – Durante a atividade, a DPCA promoveu uma dinâmica chamada “Caixinha do Segredo”, uma ferramenta de acolhimento que permite aos alunos relatar, de forma anônima, experiências de violência, abuso, negligência ou outras violações de direitos.
Na ocasião, foram recebidas 20 denúncias, que já estão sendo analisadas e encaminhadas pela Polícia Civil para os órgãos competentes, como o Conselho Tutelar, o Ministério Público e a rede de proteção social.
