Nesta quarta-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que enviará na sexta-feira (12) um projeto de lei, conhecido como PL do futebol feminino, para promover incentivos à modalidade e combater o machismo.
Ele se reuniu com jogadoras e a comissão técnica da equipe campeã da última Copa América Feminina. Em 2 de agosto, o Brasil conquistou o título ao vencer a Colômbia nos pênaltis (5 a 4), após um empate em 4 a 4 no tempo regulamentar.
“O projeto assegurará que as entidades esportivas de futebol feminino tenham os mesmos direitos e benefícios que as de futebol masculino, incluindo recursos financeiros”, declarou.
O presidente ressaltou a importância de incentivar o futebol feminino de base, promovendo parcerias entre escolas, universidades e clubes para a capacitação de novos talentos.
A proposta também visa erradicar a discriminação, a intolerância e a violência contra as mulheres nas práticas do futebol.
“No Brasil, quando um atleta alcança fama, não falta patrocínio nem salário. Mas até chegar a essa notoriedade, é essencial saber quem cuida desse atleta”, refletiu o presidente.
Universidade do Esporte
Ele relembrou a criação da Bolsa Atleta, que oferece incentivo àqueles com mais dificuldades para praticar esporte.
O presidente Lula anunciou seu desejo de estabelecer uma universidade de esporte no Brasil. “Uma universidade federal que abarque todas as práticas esportivas”. O objetivo não é apenas ensinar, mas aprimorar os esportistas.
O presidente planeja organizar um grande evento para lançar a universidade. “Certamente precisaremos da CBF (Confederação Brasileira de Futebol)”, disse, ressaltando a necessidade de apoio financeiro da entidade.
Lula também destacou que o Brasil sediará a Copa do Mundo de Futebol Feminino em 2027. “Espero que o sucesso de vocês na Copa América se repita na Copa do Mundo”.
A seleção feminina foi vice-campeã olímpica no ano passado.
Novas propostas
O ministro do Esporte, André Fufuca, também presente no evento, destacou a notável evolução do futebol feminino.
Em entrevista à Agência Brasil, ele mencionou que o projeto introduzirá uma nova lei.
“Fará algumas adaptações em legislações já existentes, além de incluir propostas inovadoras. Trata-se de uma legislação específica para o desenvolvimento do futebol feminino”, afirmou.
No discurso, o ministro contextualizou que 80% das atletas brasileiras são amadoras.
“Com essa nova lei, todos os clubes nas divisões de primeira, segunda, terceira ou quarta do futebol poderão ter apenas 4 atletas amadoras”. O objetivo é aumentar o profissionalismo na modalidade. “Atualmente, se as atletas engravidarem, não têm acesso a seus direitos. Com essa proposta, garantiremos os direitos dessas atletas, tanto durante quanto após a gravidez”.
“Sentimento único”
A goleira Claudia Luana, da seleção e do Fluminense-RJ, expressou ao presidente sua honra em representar a seleção.
“É um sentimento ímpar para nós. E conquistar um título pela seleção é algo que nos enche de orgulho, difícil até de descrever”.
A coordenadora técnica de Seleções Femininas da CBF, Cristiane Gambaré, afirmou que a entidade está comprometida em apoiar as atividades na modalidade. “Precisamos do apoio do governo federal, de todos os estados, dos governadores e senadores. Queremos realizar um grande evento, e é isso que estamos dedicados a fazer desde que assumimos a CBF”, completou.
