Em setembro, o Governo de Roraima, por intermédio do Corpo de Bombeiros Militar (CBMRR) e da Defesa Civil Estadual, deu início a um conjunto de medidas estratégicas para atenuar os efeitos da estiagem no estado.
O Plano de Contingência da Estiagem articula órgãos públicos, a sociedade civil e produtores rurais em ações de prevenção, preparação e resposta, com o objetivo de diminuir os prejuízos econômicos, ambientais e sociais provocados pela seca.
De acordo com o gerente de Operações da Defesa Civil, tenente-coronel Leonardo Menezes, as iniciativas visam assegurar o uso mais eficiente da água e ampliar a segurança de comunidades urbanas, rurais e indígenas.
“Trata-se de um trabalho integrado entre diversos setores, promovendo o uso racional dos recursos hídricos e garantindo o abastecimento mesmo em períodos de seca prolongada”, explicou.
Capacitação no interior
Uma das frentes principais do plano é a capacitação de produtores rurais e comunidades, com orientações sobre queima controlada, implantação de aceiros verdes e negros, práticas de segurança e noções básicas sobre incêndios florestais. O primeiro ciclo, realizado em setembro, reuniu cerca de 240 moradores de Rorainópolis, Pacaraima, Caracaraí, Bonfim, São João da Baliza e Mucajaí.
“A ação será desenvolvida ao longo de dez semanas consecutivas, com previsão de alcançar 11 municípios, sobretudo em áreas de assentamento e comunidades onde a agricultura familiar é a principal fonte de subsistência”, destacou Menezes.
Queimadas e ciclo natural
Segundo a Defesa Civil, as queimadas em Roraima estão associadas às características do bioma lavrado — vegetação baixa e de pouca altura que, em conjunto com os ventos, facilita a propagação do fogo. O fenômeno é cíclico e tende a se intensificar entre novembro e fevereiro, período apontado como o mais crítico.
“Não podemos aguardar que os desastres ocorram. Por isso o planejamento é antecipado, envolvendo diversos agentes e órgãos já mobilizados”, reforçou o tenente-coronel.
Ações conjuntas
Além do Corpo de Bombeiros, integram o Sistema Estadual de Proteção, Prevenção e Combate a Acidente Florestal a Cipa da Polícia Militar, as secretarias de Saúde (Sesau), de Agricultura (Seadi), dos Povos Indígenas (Sepi), a Femarh e outras instituições.
O propósito é fortalecer a capacidade de resposta, reduzir perdas econômicas, proteger o meio ambiente e aumentar a segurança da população durante o período de estiagem.