Battlefield 6, a nova entrega da franquia da EA Games, chega em 10 de outubro em um momento conturbado da cena mundial. O lançamento ocorre em meio à guerra em Gaza, ao conflito entre Ucrânia e Rússia e ao aumento da violência armada nos Estados Unidos — fatores que, às vezes, motivam conexões indevidas entre tragédias reais e jogos.
A série é reconhecida por oferecer combates intensos e com forte sensação de realismo em cenários variados. Mas como conciliar o aspecto lúdico com a sensibilidade que o tema exige em tempos tão delicados? Essa foi uma das perguntas que orientaram a criação do novo título, segundo desenvolvedoras ouvidas pelo Voxel.
O jogo traz uma campanha single-player robusta, ambientada em um conflito fictício entre uma OTAN fragmentada e a corporação militar privada Pax Armata. Para a equipe da Motive, o desafio foi construir uma narrativa impactante sem se apoiar em acontecimentos reais recentes.
Em entrevista ao Voxel, Alma Talbot (Diretora de Produção) e Maryse Joseph (Lead Level Designer) explicaram como foi trabalhar em Battlefield 6 num contexto em que guerras aparecem constantemente nas notícias. Para as desenvolvedoras, a meta foi equilibrar fantasia e realidade, sempre priorizando o respeito.
A linha tênue entre ficção e realidade
Diante de tanta cobertura sobre violência armada, a equipe da EA Motive teve plena consciência da sensibilidade do assunto. No entanto, segundo Alma e Maryse, o papel do jogo é proporcionar entretenimento que se inspira no real sem, contudo, reproduzi-lo.
“É como qualquer forma de arte”, resume Alma. “Haverá sempre paralelos com o mundo real, mas nossa intenção é oferecer ao jogador uma fantasia de guerra, não representar tragédias contemporâneas”.
“Estamos criando um produto de entretenimento”, reforçou a diretora de produção. “Queremos que tenha verossimilhança, mas não buscamos simular eventos reais. É preciso equilibrar a fantasia para o jogador com o respeito ao fato de que a guerra, na vida real, é devastadora”.
Battlefield 6 se desenrola em 2027, mostrando um confronto entre uma OTAN fragmentada e a corporação militar privada Pax Armata. Ao situar a trama em nações como os Estados Unidos e potências europeias num cenário fictício, o jogo mantém um distanciamento da realidade.
Para a Motive, esse pano de fundo permitiu gerar tensão sem recorrer diretamente a eventos recentes — ao mesmo tempo em que garante o espetáculo de batalhas cinematográficas que os fãs esperam da franquia.
Uma das inovações da campanha é a variedade de locais. Das ruas do Brooklyn às praias de Gibraltar, a intenção foi criar uma jornada global que misture cenários reconhecíveis e outros mais exóticos.
“Queríamos que o jogador se situasse em lugares icônicos e, ao mesmo tempo, fosse surpreendido por biomas distintos. Essa diversidade reforça o conceito de guerra total que define Battlefield”, diz Alma.
Jogo foi montado com consultoria militar
Segundo as desenvolvedoras, a equipe contou com consultoria militar externa e veteranos da indústria para assegurar verossimilhança em cenários, armamentos e operações. A intenção foi entregar uma experiência de combate autêntica na ação, sem deixar de expor o peso dos conflitos armados.
“Queríamos que tudo parecesse crível, mas sem perder de vista que era um jogo.”
“Queríamos que tudo soasse verossímil, sem esquecer que se trata de um jogo. Recebemos apoio interno e externo para preservar o espírito de Battlefield, sem cruzar para um hiper-realismo excessivo”, explicou a diretora de produção.
Esse cuidado também orientou o equilíbrio entre missões mais dirigidas e o caos característico das grandes batalhas da série. “Buscamos guiar o jogador por uma narrativa, mas sem abrir mão da destruição em escala. Foi um desafio, mas encontrámos maneiras de tornar o jogo divertido sem perder sua identidade”, afirma Maryse.
Battlefield 6 será lançado em 10 de outubro para PC, PS5 e Xbox Series S e X. E você, pretende jogar a campanha single-player? Comente nas redes sociais do Voxel e do TecMundo!