Taxa de juros segue como maior desafio para a construção civil, indica CNI

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Há um ano, o setor da Indústria da Construção aponta as altas taxas de juros como o principal obstáculo ao crescimento do segmento. Conforme os resultados da Sondagem Indústria da Construção do 3º trimestre de 2025, essa percepção persiste, sendo citada por 35% dos empresários.

Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (27) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

Além das taxas de juros elevadas, a carga tributária pesada aparece como a segunda maior dificuldade, com 32,2% das menções, representando um aumento de 1,7 ponto percentual no trimestre. Nos três últimos trimestres, esse índice cresceu 5,6 pontos percentuais.

Em seguida, os principais problemas destacados pelos empresários do setor referem-se à dificuldade na contratação de mão de obra. Com 25,8% das citações, o terceiro lugar é ocupado pela falta ou alto custo de mão de obra qualificada. Logo após, aparece a escassez ou custo elevado de mão de obra não qualificada, com 24,5% das menções.

O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, esclarece que esses desafios configuram um cenário que, embora menos pessimista do que há alguns meses, ainda não é favorável para o setor.

“Mesmo assim, os índices continuam baixos em comparação com o ritmo ideal de atividade, embora apresentem resultado mais positivo que o registrado em agosto. Ainda é cedo para afirmar se essa melhora será sustentada. Entretanto, nesse período, os empresários demonstraram uma reversão parcial das expectativas”, destaca Marcelo Azevedo.

Alta nos índices de atividade e emprego

A pesquisa indica que o índice de evolução do nível de atividade atingiu 48,4 pontos em setembro, superando a média histórica do mês, mas permanecendo abaixo do nível registrado em setembro de 2024.

“O setor tem sido impactado por esses fatores. Nos últimos meses, apresentou resultados negativos. Em agosto, o cenário foi bastante adverso e, em setembro, a sondagem mostra resultados um pouco menos negativos. Observamos melhoria no nível de atividade, na utilização da capacidade operacional e no número de empregados. Ainda assim, os números são baixos em comparação a padrões históricos, indicando um nível de atividade ainda reduzido para o setor, porém com avanço em relação a agosto”, explica Azevedo.

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Já o índice de emprego alcançou 47,1 pontos, o menor para setembro dos últimos sete anos, apesar da alta mensal. A Utilização da Capacidade Operacional (UCO) sustentou 68%, com aumento de 2 pontos percentuais em relação a agosto.

Quanto ao índice de facilidade de acesso ao crédito, observou-se aumento para 38,6 pontos, mantendo o cenário de restrição. Para os empresários, a dificuldade de obtenção de recursos acessíveis continua sendo um dos principais empecilhos para o crescimento das atividades e investimentos em novos projetos.

O índice de evolução do preço médio de insumos e matérias-primas subiu para 61,6 pontos no trimestre, indicando uma aceleração no ritmo de alta. A CNI alerta que a elevação dos custos dos materiais reduz as margens de lucro e prejudica a competitividade das empresas do setor da Construção.

Fôlego na confiança do setor da Construção

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) da Construção teve um aumento de 1,4 ponto, chegando a 48,4 pontos, marcando a segunda alta consecutiva. Em setembro, o crescimento foi de 1,2 ponto. Mesmo assim, o índice segue abaixo dos 50 pontos, indicando que a desconfiança ainda predomina, porém em menor intensidade.

Esse resultado positivo reflete a melhora nas expectativas, pois o índice correspondente saltou 1,8 ponto, alcançando 50,7 pontos em outubro. Ao ultrapassar a marca dos 50 pontos, o índice deixa de indicar pessimismo e mostra sinais de otimismo.

Já o índice de condições atuais atingiu 43,8 pontos neste mês, depois de subir 0,6 ponto em relação a setembro, devido a uma avaliação menos negativa das condições atuais das empresas.

Outubro com expectativas mais favoráveis

De setembro para outubro, a maioria dos índices de expectativa apresentou elevação. A única exceção foi o índice de expectativa de número de empregados, que caiu de 50,2 para 49,8 pontos. Por outro lado, o índice de expectativa do nível de atividade obteve o maior crescimento, subindo 1,7 ponto para 52,4 pontos.

O índice de expectativa de compras de matérias-primas também evoluiu positivamente, passando de 49,4 para 50,9 pontos.

Finalmente, o índice de expectativa para novos empreendimentos e serviços aumentou de 49,2 para 50,3 pontos, enquanto o índice de intenção de investimentos cresceu 2,5 pontos, atingindo 43,6 pontos. Essa é a segunda elevação consecutiva após três quedas seguidas, que haviam levado o índice aos 40 pontos, o menor nível em 28 meses.
 

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