A CGVS (Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde), da Sesau (Secretaria de Saúde), iniciou nesta quarta-feira, 27, o treinamento dos agentes de endemias para Controle Vetorial e Introdução de Novas Tecnologias. A qualificação acontece até sexta-feira, 29, no auditório da CGVS, reunindo representantes dos 15 municípios do Estado, além do DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena) Leste.
O objetivo da ação é implantar e consolidar novas tecnologias de controle vetorial, somadas às atividades rotineiras já realizadas, para reduzir a infestação do mosquito Aedes aegypti e, consequentemente, diminuir a incidência de doenças como dengue, zika e chikungunya em Roraima.
“A capacitação tem como meta atualizar os municípios quanto ao uso das bandeiras, visitas domiciliares, bloqueio da transmissão e também a implementação de novas tecnologias. Entre elas estão o monitoramento das áreas de risco com armadilhas e a borrifação residual intradomiciliar, para deixar o controle do Aedes aegypti ainda mais eficaz”, explicou a gerente do Núcleo de Controle da Febre Amarela e Dengue, Rosângela Santos.
Conheça as novas tecnologias
As novas tecnologias envolvem a ovitrampa, uma armadilha que coleta ovos do Aedes aegypti para identificar as áreas de maior risco, e a borrifação residual intradomiciliar, que é a aplicação de inseticida nas paredes internas das residências, eliminando mosquitos adultos e reduzindo a infestação.
“A ideia é direcionar essas ações para as regiões com maior risco, aumentando a eficácia do trabalho. O Estado, junto ao Ministério da Saúde, vai apoiar os municípios na implantação dessas tecnologias, sempre complementando as ações já existentes para diminuir a infestação e evitar o adoecimento da população”, acrescentou Rosângela.
Para o coordenador de Arboviroses de Boa Vista, Greiner Costa, este momento é uma oportunidade para atualização e fortalecimento das estratégias locais. “Essa capacitação traz novas metodologias que pretendemos implementar aqui no município de Boa Vista, que já precisava de ferramentas inovadoras para o combate ao Aedes. Estamos ansiosos para planejar e aplicar essas ações em nosso território”, destacou.
A gerente de Endemias de Pacaraima, Marta Marques, também destacou a importância da atividade para municípios de fronteira. “Para mim e para o município, o curso é muito enriquecedor, pois vamos levar novas técnicas para fortalecer nossas ações. Como estamos em uma área de fronteira, lidamos diariamente com doenças transmitidas pelo Aedes, e esse conhecimento vai ajudar a aprimorar nosso trabalho”, afirmou.
EM RORAIMA
De janeiro a agosto de 2025, foram identificados 2.039 casos suspeitos de dengue em Roraima, dos quais 383 foram confirmados como prováveis. Esse número representa uma redução de 51% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram registrados 3.987 casos suspeitos e 699 prováveis. Apesar da diminuição, os quatro sorotipos do vírus da dengue (DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4) continuam circulando no Estado.
A qualificação integra um plano estratégico para fortalecer a rede de vigilância entomológica e epidemiológica, treinando as equipes municipais e preparando o Estado para implantar efetivamente as novas tecnologias de controle a partir de 2026.
