Deputado afirma que Celso Rodrigo de Mello não teve qualquer participação em sua saída do Brasil; prisão de cidadão americano amplia debate jurídico e diplomático sobre o caso
O deputado federal Alexandre Ramagem afirmou, em entrevista ao programa Timeline, que não recebeu ajuda de terceiros para deixar o Brasil e negou qualquer participação de Celso Rodrigo de Mello, filho do empresário Rodrigo “Cataratas”, em sua saída do país.
Segundo Ramagem, o único contato com Celso ocorreu quando ele já estava nos Estados Unidos, em situação que descreve como totalmente regular. O parlamentar disse que o encontro foi posterior à viagem e de caráter pessoal, como costuma acontecer com brasileiros e conhecidos que se encontram durante deslocamentos internacionais.
Ramagem também destacou que Celso é cidadão americano, o que, na avaliação dele, levanta dúvidas sobre a legalidade e a proporcionalidade da prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes. Para o deputado, manter preso alguém que, segundo sua versão, “não contribuiu em nada” para sua saída do Brasil pode configurar excesso por parte do Judiciário.
O parlamentar ainda lembrou sua ligação com Roraima, afirmando conhecer profundamente a região onde construiu parte da carreira policial e chegou a exercer o cargo de superintendente da Polícia Federal em exercício. Ele argumenta que sua trajetória no estado reforça que não teria necessidade de “rotas clandestinas” para se deslocar ou deixar o país.
Notificação ao consulado americano acende alerta diplomático
Ponto considerado sensível no caso é o fato de que o consulado dos Estados Unidos foi formalmente notificado sobre a prisão de Celso Rodrigo de Mello e, conforme informado, declarou não ter tido conhecimento prévio da detenção de um cidadão americano nessas circunstâncias.
A situação amplia o debate jurídico e diplomático em torno do caso, envolvendo:
- o dever de comunicação às autoridades consulares quando um cidadão estrangeiro é preso;
- os limites da atuação do Judiciário brasileiro em medidas que atingem cidadãos de outro país;
- e a discussão sobre possível desproporcionalidade na adoção da prisão preventiva, argumento levantado pela defesa e reforçado politicamente por Ramagem.
Processo segue em sigilo
O processo relacionado à suposta fuga de Ramagem e ao papel atribuído a Celso Rodrigo de Mello segue sob sigilo judicial. Até o momento, não há sentença ou condenação vinculada aos fatos investigados.
Com a nova manifestação pública de Ramagem, o caso ganha um novo capítulo, contrapondo a narrativa das investigações – que veem possível apoio logístico à saída do deputado do país – à versão do parlamentar, que nega qualquer auxílio e aponta para possíveis abusos e falhas de procedimento na condução da prisão do filho de Rodrigo Cataratas.
O Alerta Roraima continuará acompanhando os desdobramentos, incluindo eventuais manifestações da defesa, do Supremo Tribunal Federal, da Polícia Federal e das autoridades diplomáticas dos Estados Unidos.



