Quatorze agentes da Polícia Civil de Roraima (PCRR) estão participando do Edifica III (Estudo de Descapitalização e Investigação Financeira de Crimes Ambientais), iniciativa promovida pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime no Brasil (UNOD), em parceria com a Polícia Federal (PF). A capacitação teve início em 1º de dezembro e vai até 5 de dezembro, em Cuiabá (MT).
De acordo com a delegada Magnólia Soares, titular da DECOR (Divisão Especial de Combate à Corrupção) e coordenadora do Lab-LD/PCRR (Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro), o curso reforça o compromisso da instituição em aperfeiçoar técnicas investigativas, sobretudo no enfrentamento aos núcleos financeiros de organizações criminosas que exploram ilegalmente o meio ambiente.
“Esses quatorze policiais estão sendo preparados para conduzir investigações financeiras relacionadas a crimes ambientais. Nosso objetivo é aprimorar conhecimentos sobre o fluxo de recursos do crime organizado que financia desmatamento e mineração ilegal no país. Assim, elevamos o padrão das investigações para proteger a Amazônia e aplicar esse conhecimento na defesa dos nossos biomas e no combate às atividades ilícitas em Roraima”, afirmou Magnólia.
O conteúdo do curso inclui fundamentos teóricos e exercícios práticos de investigação, com uso de ferramentas tecnológicas tanto comerciais quanto desenvolvidas pela própria Polícia Federal.
Dentre os temas abordados estão a identificação de ativos e bens oriundos de ilícitos ambientais — como extração mineral ilegal, desmatamento e biopirataria —, o rastreamento do fluxo financeiro de organizações criminosas e a aplicação de medidas judiciais de descapitalização para desarticular a base econômica desses grupos.
Segundo a delegada, a formação baseia-se no CIAF (Curso Internacional de Investigação e Análise Financeira) e no CIRA (Curso de Inteligência e Recuperação de Ativos), desenvolvidos pela Divisão de Repressão aos Crimes Financeiros e pela Divisão de Repressão à Lavagem de Dinheiro da Polícia Federal, sob supervisão da CGR (Coordenação Geral de Repressão à Corrupção, Crimes Financeiros e Lavagem de Dinheiro). As metodologias aplicadas são consideradas essenciais para análises financeiras e patrimoniais modernas.
