Natal da Paz 2025: ópera narra nascimento pelos Reis Magos

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O nascimento do menino Jesus, contado pela ótica dos lendários Reis Magos, foi o ponto central do espetáculo Natal da Paz 2025, apresentado neste sábado, dia 6. Com o tema “A jornada de todos nós – Uma ópera de Natal”, a montagem reuniu mais de 1.500 pessoas e levou à Praça Aderval da Rocha uma mensagem de fé, amor e esperança para cerca de 38 mil espectadores.

Entre interpretações comoventes, figurinos caprichados e a refinada trilha sonora do Instituto Boa Vista de Música (IBVM), o público conheceu as versões de Melquior (Adrian Medeiros), Baltazar (Tascor) e Gaspar (Davi Araújo) — os sábios do Oriente que, guiados por uma estrela, chegaram à Belém da Judeia para testemunhar o nascimento do Salvador.

Acompanhados por Azim (Fábio Hércules), os viajantes enfrentaram grandes provações. A travessia por desertos escaldantes ganhou antagonistas marcantes como a amaldiçoada rainha serpente Lamia (Edna Santos) e a múmia Nefertari (Clara Zion), que assombra os caminhos dos heróis, até o confronto com o temido Rei Herodes (Edney Martnhs). Em meio às dificuldades, encontraram também apoio na intrépida Capitã Ísis (Ilana Ramirez) a bordo do navio Aurora dos Mares.

Tudo culmina no encontro tão aguardado com a Sagrada Família: Maria (Joana Ruth), José (Pedro Fernando) e o próprio Menino Jesus, cujo nascimento é anunciado pelos papiros e pelas estrelas. O espetáculo conduz o público à reconciliação entre a humanidade e Deus, simbolizada pelo momento em que Azim segura nos braços o bebê destinado a salvar o mundo.

 

Uma ópera popular

Joana Ruth, como Maria: a peça leva o público a vivenciar a reconciliação entre a humanidade e o divino

O desafio desta edição foi montar um espetáculo totalmente cantado. Foram apresentadas 19 canções inéditas, além de trechos declamados, elementos essenciais à linguagem operística. Ao mesmo tempo, a produção buscou uma estética “abrasileirada”, incorporando traços regionais para aproximar a plateia da história.

De acordo com o diretor musical, maestro Davi Nunes, houve extensa pesquisa bíblica e histórica para compor os detalhes cenográficos, textuais e musicais. Mesmo com liberdades poéticas, a tradição foi preservada e o resultado surpreendeu pela qualidade.    

“Foram meses intensos de trabalho, com atenção à qualidade e à essência natalina. A música esteve presente o tempo todo, como em uma grande ópera, mas com efeitos épicos. A atuação da orquestra e dos solistas foi impressionante; em muitos trechos apenas o coral se fazia ouvir. Tudo isso demonstra a valorização da arte em nossa cidade. A prefeitura merece reconhecimento por possibilitar essa realização”.  

Para dar mais identidade e envolver a comunidade, entre as 1.500 pessoas no elenco do Natal da Paz 2025 há participantes de projetos sociais como Artcanto, Conviver, Cabelos de Prata, Rumo Certo, Dedo Verde, Crescer e Família que Acolhe.

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A orquestra do Instituto Boa Vista de Música (IBVM) apresentou 19 composições inéditas criadas para a montagem

 

Talento e dedicação: a combinação perfeita para a arte

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Fábio Hércules: “O Azim foi um grande presente para minha carreira”

A entrega dos artistas — seja na atuação, na dança ou no canto — é uma marca do espetáculo. Em seu quinto Natal da Paz, Fábio Hércules interpretou Azim, o jovem aprendiz dos Reis Magos, e emocionou o público com sua interpretação cuidadosa e sensível.

“Azim conseguiu criar uma conexão forte com quem assistia. Foi uma oportunidade preciosa, que abracei com todo o coração. Tivemos uma preparação intensa, desde o trabalho vocal até a construção do personagem, e chegamos a um Azim humano, que virou o coração do grupo. Espero ter outras chances de subir ao palco do Natal da Paz no futuro”.

Clara Zion, que já participou do espetáculo em seis ocasiões, também é resultado das iniciativas sociais e artísticas da Prefeitura de Boa Vista. Iniciou sua trajetória no projeto Dedo Verde aos 12 anos e hoje coordena o Coral Artcanto. Nesta edição, destacou-se como a vilã Nefertari, entregando toda a maldade exigida pela antagonista.

“O trabalho social transforma vidas, assim como a arte. Sou fruto disso: fui acolhida quando era vulnerável e, hoje, contribuo com esse grande espetáculo e com os projetos sociais. Vejo crianças, jovens, adultos e idosos envolvidos — é uma política de gestão que muda perspectivas. Para mim, é extremamente gratificante e uma missão que seguiremos adiante”.  

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Amanda Arruda (Pneuma) e Clara Zion (Rainha Nefertari): desafio cumprido

No papel de Pneuma, emissária de Nefertari, Amanda Arruda estreou no espetáculo enfrentando dois grandes desafios: declamar em grego e cantar. Aos 21 anos e com experiência em atuação, Amanda superou as exigências e entregou uma das personagens mais marcantes e impactantes da montagem.

“Sabia que não seria fácil aprender um idioma tão rapidamente, então me dediquei muito às falas. Acabei vivendo Pneuma cotidianamente; a personagem virou natural para mim. Além disso, foi minha primeira experiência cantando, e, com a orientação da professora Bianca Ferreira, consegui desenvolver a voz para o espetáculo. Vou continuar me dedicando ao canto para evoluir ainda mais”.

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