No dia 9 de julho, Boa Vista completa 135 anos dedicados a construir uma cidade melhor para viver, acolher e cuidar da população da capital. Um exemplo desse trabalho são os projetos e programas criados e administrados pela prefeitura para desenvolver, profissionalizar, educar, integrar e incluir, desde a primeira infância até a terceira idade.
O acolhimento social abrange toda Boa Vista, atuando fortemente nas zonas urbanas, rurais e indígenas. Geridos pela Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS), as iniciativas atendem mais de 50 mil pessoas, sendo cerca de 14 mil através do ArtCanto, Cabelos de Prata, Dedo Verde, Rumo Certo, Conviver, Crescer e Família que Acolhe (FQA). Além destes, administrado pela prefeitura está o programa federal Bolsa Família, que beneficia mais de 37 mil lares, segundo dados recentes.

Para a secretária de assistência social, Nathalia Cortez, celebrar a história de Boa Vista é também reconhecer a importância dos projetos na construção da cidade que refletem o cuidado pela população. “São ações que fortalecem vínculos, promovem dignidade e criam oportunidades para quem mais precisa. Quando investimos em políticas públicas que acolhem, incluímos mais cidadãos no processo de desenvolvimento da nossa capital. É assim que vamos construir uma Boa Vista mais humana, justa e acolhedora”, afirmou.
Capital da Primeira Infância
Com mais de uma década de compromisso com as futuras gerações, o programa Família que Acolhe (FAQ) rendeu a Boa Vista o título de “Capital da Primeira Infância” por sua inovação nos cuidados desde a gestação até os seis meses. O programa tem como principais atividades visitas domiciliares e a Universidade do Bebê (UBB), visando melhorar conhecimentos, fortalecer laços familiares e beneficiar o desenvolvimento do bebê.

Boa Vista investiu neste ano R$362.475.857 exclusivamente na primeira infância. Como resultado do trabalho de qualidade, o FQA é referência nacional e internacional. Por exemplo, é uma das bases do “Guia de Orientações sobre Parâmetros de Qualidade dos Programas e Serviços de Parentalidade no Brasil”, da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, servindo como base para a construção de cidades melhores. Mais recentemente, em 2021, o programa recebeu o reconhecimento de Boa Prática do Comitê Gestor Intersetorial da Primeira Infância.
O programa melhora as relações entre as famílias e as crianças. A prova disso é Adryelly Figueira, de 29 anos. Mãe de Cecília Antonella, de 1 ano e 8 meses, e de Davi Antônio, de 10, está no programa há quase dois anos. Ela se inscreveu na segunda gravidez e conta que as experiências adquiridas no Família que Acolhe transformaram seu relacionamento com os dois filhos.

“No programa, os beneficiários vão adquirindo conhecimentos, além das experiências pessoais. Eu tenho outro filho, e a minha vivência foi totalmente diferente a partir do FQA. Hoje, com esse aprendizado, consigo aplicar com os meus dois filhos”, contou.
Capacitando jovens de Boa Vista
Inicialmente chamado de “Guarda Mirim”, o programa Rumo Certo vem, há mais de 30 anos, profissionalizando os jovens da capital. Os adolescentes se tornam estagiários em áreas administrativas das secretarias municipais e instituições parceiras. Além da experiência profissional, os participantes recebem cursos e auxílios, como uma bolsa no valor de R$500, vale-transporte e Cesta do Bem.

Atualmente, o programa conta com 146 integrantes. Um deles é Thiago Gabriel, 16 anos. O jovem já conhece o trabalho da prefeitura. Por seis anos, participou do projeto Conviver. Ao passar por dificuldades financeiras, encontrou no Rumo Certo o apoio necessário. Com quatro meses na sede administrativa da Defensoria Pública do Estado (DPE-RR), ele conseguiu complementar a renda e ajudar financeiramente a sua família, composta pela mãe e irmão. Para ele, o programa é essencial para construir um futuro brilhante.

“Isso é gratificante. Hoje, consigo ajudar a minha mãe. Além do auxílio, o programa colaborou para desenvolver meu senso de controle financeiro, responsabilidade, preparou minha mente e me preparou para a profissão que quero seguir, que é ser professor de História. Com o investimento da prefeitura em mim, acredito que vou construir um futuro brilhante”, completou.
Inclusão através da arte
Quem também celebra seu aniversário em julho é o ArtCanto, criado em 2001, o projeto vem, há 24 anos, transformando a vida dos jovens por meio da arte. Com cerca de 250 integrantes, abrange crianças e adolescentes que desenvolvem seu futuro através da música, especialmente com a teoria e a prática do canto coral.

Kewelyn Ferreira, de 18 anos, participa do ArtCanto há quase cinco anos. Desde pequena, a jovem se interessou pela música e começou sua trajetória artística no Instituto Boa Vista de Música (IBVM) e em 2021 ingressou no ArtCanto. Com o aprendizado de ambas as iniciativas, Kewelyn prestou o vestibular de música na Universidade Federal de Roraima (UFRR), sendo aprovada.
Entretanto, com o início de uma nova fase, outra se encerra. Completando 18 anos, a integrante deixará o ArtCanto este ano. Ao falar sobre a importância do projeto e seu último ano, a integrante se emociona. Para ela, o coral é como uma segunda família.

“Aqui eu me sinto acolhida, ouvida e também encontrei uma maneira de me expressar. Deixar o projeto é um misto de emoções. Já vi pessoas chorando nos últimos momentos como integrantes, e me perguntava: ‘Como assim?’. Nos últimos dias, estava pensando na minha saída e comecei a chorar. Exatamente como estou agora. Sentirei muitas saudades”, disse a integrante em lágrimas.
Espetáculo – Para celebrar o aniversário de 24 anos do ArtCanto, os integrantes apresentarão nesta sexta-feira, 4, o espetáculo “Art-TV: Resgatando Memórias”, que tocará de forma única a memória afetiva e a nostalgia do público por meio de músicas das décadas de 1980, 1990 e 2000.
Impulsiona o empreendedorismo local
Em uma cidade em constante desenvolvimento, a população progresse em conjunto. Criado em 2001, no projeto Crescer, 264 adolescentes de Boa Vista encontram um espaço que incentiva e prepara para o mercado, além de oferecer conhecimento através de dez oficinas profissionalizantes.

Nas oficinas, os membros têm a oportunidade de se tornarem futuros empreendedores ao comercializar os produtos desenvolvidos durante as aulas, conseguindo assim uma renda extra, além da bolsa fornecida pelo projeto, repartida pela Cooperativa do Crescer. A venda é motivo de orgulho para os integrantes.

Com mais de 20 anos de história, o projeto ganhou reconhecimento Brasil afora pelos trabalhos de inclusão social com os adolescentes em vulnerabilidade da capital. Em 2001, o Crescer foi premiado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e pela Petrobras. Em 2018, o projeto foi agraciado com o prêmio Progredir do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS).
Cuidando da melhor idade
Em Boa Vista, mais de 31 mil pessoas estão na faixa etária de 65 anos ou mais, de acordo com o último Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Portanto, surge a necessidade de cuidar dessa parcela da população. Por isso, o Cabelos de Prata, implantado em 2001, oferece à melhor idade da capital um envelhecimento saudável, assegurando direitos para mais de 1.653 integrantes, sendo 1.455 na capital e 198 distribuídos nas zonas rurais e indígenas.

O projeto proporciona atividades recreativas e eventos que incentivam o protagonismo dos idosos de Boa Vista, como a participação no Boa Vista Junina, o Maior Arraial da Amazônia, há quase 20 anos. Os integrantes encantam e inspiram a população da capital.
Plantando transformação social
Já pensou em um programa que cuida da natureza e dos jovens de Boa Vista desde 1993? Essa é a história do Dedo Verde. Em 32 anos, que serão completados em abril de 2025, o programa plantou mudanças em mais de 21 mil jovens do município. Os integrantes atuam como agentes para a construção de um futuro mais sustentável em Boa Vista.

A sede do projeto, localizada no Horto Municipal, é o local onde, atualmente, 173 jovens de 14 a 17 anos têm aulas práticas e teóricas sobre questões ambientais em um espaço que exalta o cuidado com a natureza. Além do conhecimento e do acolhimento, os integrantes recebem bolsa mensal e outros auxílios, como vale-transporte e Cesta do Bem.
Formando futuros cidadãos
Com o objetivo de fortalecer as relações familiares e comunitárias, o projeto Conviver, desde 2013, atende crianças e adolescentes de 7 a 17 anos da capital. Atualmente, o projeto conta com mais de 1.900 integrantes, divididos em 993 na capital e 996 nas zonas rurais de Boa Vista.

Os integrantes participam de atividades recreativas e interativas para desenvolver o espírito de cidadania, como a participação da Quadrilha do Conviver no Boa Vista Junina. Além disso, as crianças e adolescentes têm colônias de férias com uma programação cheia de diversão para celebrar o recesso escolar.
Fonte: Prefeitura de Boa Vista – RR