Concessão de recurso cai 18%
A concessão do crédito rural pelas linhas tradicionais do Plano Safra 2024/25 segue em ritmo mais lento. Até fevereiro, as instituições financeiras liberaram R$ 251,4 bilhões em financiamentos, 18% menos que no mesmo período da temporada anterior (R$ 305,3 bilhões). Os dados foram extraídos em 20 de março e podem mudar conforme a data da consulta ao sistema do Banco Central.
Os recursos controlados, com e sem subvenção, ficaram praticamente no mesmo patamar, com pouco mais de R$ 153 bilhões concedidos nos oito primeiros meses do ciclo. A queda foi nos recursos livres a grandes produtores, que diminuíram 36,5%, a R$ 97 bilhões
O recuo na concessão de crédito do Plano Safra foi compensado pelo avanço das Cédulas de Produto Rural (CPRs), que cresceram 67,5% e chegaram a R$ 268,7 bilhões desde julho de 2024. O financiamento por meio desses títulos já superou o das linhas tradicionais do Plano Safra. No geral, ao somar as duas vertentes, os produtores acessaram R$ 518,7 bilhões de empréstimos desde o início do ciclo, alta de 11,4% na comparação anual.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, avalia que a preferência pelas CPRs é reflexo da onda de recuperações judiciais no campo. “É o temor da onda de RJ, pois a CPR é blindada, não entra nos processos. Com isso, o mercado financeiro prefere as CPRs. É uma pena, porque ela é mais cara que o crédito subsidiado”, disse Fávaro no Senado Federal na semana passada.
São R$ 103,9 bilhões em CPRs emitidas por instituições financeiras, muitas financiadas com recursos das Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), e R$ 164,8 bilhões via mercado de capitais
Por Rafael Walendorff