A fabricação do iPhone em território americano, conforme o desejo do ex-presidente donald Trump, é tecnicamente viável. Contudo, essa transição resultaria em um aumento considerável no custo de produção por unidade — um reflexo que provavelmente se refletiria no preço final para o consumidor.
Essa análise faz parte de um novo relatório divulgado pelo Bank of America, que investigou as recentes ações de Trump e as reações do presidente chinês Xi Jinping. Apesar da suspensão temporária das tarifas globais por 90 dias anunciada na quarta-feira (9), os Estados Unidos elevaram a taxa sobre produtos chineses para 125%.
Em resposta a essas medidas, a China impôs uma tarifa própria de 84% sobre produtos americanos. A instabilidade nas negociações entre essas duas potências tem colocado em risco até mesmo a venda do TikTok, que estava prestes a ser concretizada e agora parece mais distante.
Por que os custos de produção do iPhone nos EUA são tão altos?
De acordo com o estudo mencionado, a fabricação dos iPhones nos Estados Unidos poderia resultar em um aumento automático de 25% apenas devido aos custos trabalhistas. O valor da mão-de-obra e outros fatores relacionados aos trabalhadores nos EUA são significativamente superiores aos encontrados em países como China e Índia, onde os dispositivos são atualmente montados.
A maior parte desse aumento no custo viria da “grande quantidade” de componentes específicos ainda dependentes da produção na China, pelo menos no curto prazo. Esses componentes teriam que ser transportados para montagem final nos Estados Unidos. Devido às tarifas vigentes entre os dois países, o preço final do iPhone poderia aumentar até 90%.
Outro fator importante não considerado pelo Bank of america diz respeito à infraestrutura existente.As linhas produtivas das empresas como a Foxconn — parceira da Apple na China — já estão otimizadas com alto nível de automação para produzir peças em larga escala. para alcançar esse mesmo nível nos EUA seria necessário realizar investimentos substanciais e aguardar tempo — durante esse período, o estoque dos smartphones poderia ser comprometido.
Quais opções estão disponíveis para a Apple?
No entanto, analistas não veem essa solução como provável devido à instabilidade nas políticas comerciais sob Trump — que suspendeu as tarifas globais apenas uma semana após seu anúncio oficial enquanto intensificava tensões com a China.
Diante dessa incerteza, espera-se que a apple adie qualquer decisão sobre transferir parte ou toda sua estrutura industrial. A empresa também pode considerar diversificar ainda mais seus locais produtivos incluindo mais operações na Índia — país com maiores chances de negociar tarifas favoráveis sob Trump — ou explorar outras regiões onde ainda não possui presença significativa.
No Brasil,por exemplo,a montagem final dos iPhones ocorre pela Foxconn em Jundiaí-SP. As taxas suspensas recentemente sobre importações brasileiras foram fixadas em 10%, sendo assim uma alternativa viável para expandir sua produção ao invés de optar por países com impostos mais altos.
Caso realmente ocorra transferência das operações finais dos iPhones para os Estados Unidos conforme afirmado por Trump devido à disponibilidade “de trabalhadores qualificados”, a Apple poderá absorver parte desses custos utilizando suas próprias receitas. Isso resultaria numa diminuição nas margens lucrativas associadas ao aparelho mas também ajudaria atenuar o impacto no preço final ao consumidor.
Pelo momento atual não há declarações oficiais vindas da Apple acerca deste assunto específico. As ações da companhia têm enfrentado dificuldades significativas apresentando queda acumulada de 12% nos últimos seis meses além disso houve um desempenho particularmente negativo recentemente,coincidente com as novas tarifas sendo aplicadas.
No campo das inovações celulares lançadas pela marca está presente o novo modelo chamado iPhone 16e; versão acessível dentro desta linha premium. Assista neste vídeo qual foi nossa análise aqui no TecMundo!
