Investigação sobre fuga de Ramagem leva PF a prender filho de garimpeiro na Região Norte

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Mandado expedido por Alexandre de Moraes atinge filho do empresário Rodrigo “Cataratas”; aliados afirmam que parlamentares e apoiadores de direita vem sendo alvos de perseguição do ministro do STF

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Investigação sobre fuga de Ramagem leva PF a prender filho de garimpeiro na Região Norte 3

Celso Martins Mello, filho do empresário do garimpo Rodrigo Martins Mello, conhecido como Rodrigo Cataratas, foi preso pela Polícia Federal no âmbito da investigação que apura suposta ajuda à fuga do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) para fora do país. A ordem de prisão foi expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com informações divulgadas pela imprensa, a prisão ocorreu na Região Norte como desdobramento do inquérito que investiga a rota utilizada por Ramagem para deixar o Brasil após ser alvo de decisão judicial. O teor completo da decisão e dos elementos utilizados para justificar a prisão ainda não foi detalhado publicamente.


Suspeita de apoio logístico na fronteira

As investigações apontam que Alexandre Ramagem teria deixado o país pela fronteira de Roraima, em direção à Guiana, antes de seguir viagem ao exterior. A suspeita é de que ele tenha contado com apoio logístico de pessoas ligadas ao grupo de Rodrigo Cataratas e de outros aliados políticos para atravessar a fronteira.

Celso Martins Mello é investigado justamente por suposta participação nessa etapa da fuga, ainda em apuração pela Polícia Federal. Não há, até o momento, informações sobre eventual oferecimento de denúncia ou pedido de novas medidas judiciais contra o investigado.


Quem é Rodrigo Cataratas

Rodrigo Martins Mello é um empresário do setor de garimpo em Roraima e figura conhecida na política regional. Ele já disputou eleições e se apresenta como defensor da atividade garimpeira na Amazônia.

O nome de Rodrigo aparece em diferentes investigações por crimes ambientais e garimpo ilegal, inclusive em áreas de proteção e terras indígenas. Em ações do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal, ele é apontado como líder de um esquema estruturado com uso de aeronaves, maquinário pesado e empresas ligadas à atividade minerária. A defesa nega as acusações e sustenta que suas atividades são legais.


Aliados falam em “perseguição” a parlamentares de direita

A prisão de Celso Martins Mello ocorre em meio a críticas recorrentes de políticos e apoiadores de direita às decisões do ministro Alexandre de Moraes. Parlamentares desse campo ideológico afirmam que vêm sendo alvo de perseguição por parte do ministro, citando prisões, quebras de sigilo, buscas e apreensões e bloqueio de perfis em redes sociais em inquéritos sobre atos antidemocráticos, desinformação e ataques às instituições.

Aliados de Ramagem e de Rodrigo Cataratas enquadram a prisão de Celso nesse contexto e alegam que há uso político das investigações para atingir opositores do governo federal e da esquerda. Já decisões do STF e manifestações da própria Corte defendem que as medidas adotadas por Moraes se baseiam em indícios de crimes como tentativa de golpe de Estado, formação de organização criminosa e ataques ao Estado Democrático de Direito.


O que diz a defesa

A defesa de Celso Martins Mello afirma que ele é inocente e que a prisão ocorre no contexto de uma investigação ainda em curso, sem condenação. Advogados informam que irão recorrer da decisão e reforçam a necessidade de respeito ao devido processo legal e à presunção de inocência.

Rodrigo Cataratas também tem usado as redes sociais para negar qualquer participação em plano de fuga e para denunciar o que chama de “perseguição política” contra ele, seu filho e parlamentares alinhados à direita. Ele sustenta que não organizou rota de saída do país para Ramagem e que é alvo de uma narrativa criminalizante associada ao garimpo na região Norte.


Próximos passos da apuração

A Polícia Federal ainda não divulgou detalhes oficiais sobre as diligências que levaram à prisão de Celso nem sobre as próximas medidas no inquérito. A expectativa é que as investigações aprofundem a análise sobre o eventual uso de estrutura ligada ao garimpo e a negócios transfronteiriços para auxiliar deslocamentos pela fronteira entre Roraima e a Guiana.

O caso mantém em evidência o debate sobre a relação entre garimpo, política, decisões do STF e a atuação de parlamentares de direita, em um cenário de forte polarização e sucessivas disputas judiciais envolvendo lideranças políticas nacionais.

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