O IPCA dos alimentos subiu 1,06,, enquanto o indicador geral teve alta de 0,56% no mês
A inflação oficial brasileira dos alimentos, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 1,06% em outubro, com peso de 0,23 ponto percentual no indicador geral de inflação.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo indicador, a alimentação no domicílio passou de 0,56% em setembro para 1,22% em outubro. Foram observados aumentos nos preços das carnes (5,81%), com destaque para os seguintes cortes: acém (9,09%), costela (7,40%), contrafilé (6,07%) e alcatra (5,79%).
Como a Globo Rural vem mostrando diariamente, o preço da carne tem aumentado devido à menor oferta de boi gordo. Com os últimos meses registrando o tempo muito seco, poucos animais ficaram prontos para abate. A oferta menor foi agravada pelo início do processo de retenção de fêmeas pelos produtores. Com os custos de reposição também em alta, a previsão é de que o movimento ganhe força a partir de 2025, dando sinais de uma potencial virada de ciclo nos próximos meses.
“Os frigoríficos enfrentam dificuldade para formar escalas, que estão curtas”, disse ontem a Scot em relatório.
Altas também foram observadas no tomate (9,82%) e no café moído (4,01%). No lado das quedas, destacaram-se a manga (-17,97%), o mamão (-17,83%) e a cebola (-16,04%).
A alimentação fora do domicílio (0,65%) registrou variação superior à do mês anterior (0,34%). O subitem refeição acelerou de 0,18% em setembro para 0,53% em outubro, enquanto o lanche acelerou de 0,67% para 0,88%.
Índice geral
O IPCA geral em outubro acelerou para 0,56%, após alta de 0,44% em setembro. Em outubro de 2023, o IPCA foi de 0,24%.
Com a taxa de outubro, o resultado acumulado nos últimos 12 meses foi de 4,76%, ante 4,42% até setembro.
Isso significa que o IPCA em 12 meses está acima do teto da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e perseguida pelo Banco Central (BC), que é de 3% para 2024, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, para mais ou para menos.
No resultado acumulado de janeiro a outubro de 2024, o IPCA teve alta de 3,88%. Em igual período de 2023, o aumento acumulado foi de 4,82%.
O IBGE calcula a inflação oficial brasileira com base na cesta de consumo das famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos, abrangendo dez regiões metropolitanas, além das cidades de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília.
Por Fernanda Pressinott