Depois de três aumentos consecutivos, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) registrou uma queda de 0,3 ponto em dezembro. Com isso, a pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) encerrou 2025 com 48 pontos, abaixo da marca de 50 pontos, indicando uma persistente falta de confiança entre os empresários industriais.
Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI, avalia que o resultado reflete tanto o cenário atual quanto as expectativas futuras. “Certamente, as taxas de juros elevadas exerceram grande influência sobre a percepção dos empresários. O próprio desempenho pior da economia brasileira ao longo do ano também impactou na avaliação tanto das condições econômicas do país quanto nas empresas”, destaca o executivo.
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve fechar o ano em 2,2%, a menor taxa desde 2020, ano em que a pandemia da covid-19 teve início. Nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa Selic em 15% ao ano, o maior nível desde 2006. Entretanto, uma reversão da política restritiva do banco pode alterar as expectativas da indústria para 2026.
“Com o tempo, isso deve melhorar as expectativas dos empresários. Consequentemente, haverá um aumento na confiança, especialmente se isso se refletir na avaliação das condições atuais, mostrando uma melhora na percepção dos empresários tanto sobre a economia brasileira quanto sobre as empresas”, analisa Azevedo.
Piora generalizada
A queda do ICEI em dezembro de 2025 foi generalizada entre todos os indicadores da pesquisa. O Índice de Condições Atuais recuou 0,5 ponto, passando de 44,3 para 43,8 pontos em dezembro, principalmente devido à redução de 0,7 ponto na avaliação das condições atuais das empresas, que ficou em 46,2 pontos.
A percepção sobre o momento atual da economia brasileira mudou pouco, permanecendo bastante negativa em 39,1 pontos, apesar de um leve aumento de 0,1 ponto.
As expectativas dos industriais para a economia brasileira ficaram ainda mais pessimistas no mês. O indicador caiu 0,4 ponto, terminando o ano com 42,9 pontos, mantendo a tendência negativa no setor. As expectativas das empresas tornaram-se um pouco menos otimistas em dezembro: -0,3 ponto, passando de 53,9 para 53,6 pontos.
Com esse resultado, o Índice de Expectativas atingiu 50 pontos em dezembro, interrompendo uma sequência de quatro altas consecutivas. Ao ficar exatamente na linha divisória, o resultado indica que as expectativas dos empresários industriais para os próximos seis meses são neutras – sem previsão de melhora ou piora.
O ICEI
A pesquisa contou com a participação de 1.120 empresas entre os dias 1º e 5 de dezembro. Deste total, 466 são de pequeno porte, 412 de médio porte e 242 de grande porte.
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