A maior maternidade pública do Brasil em número de partos, o Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth, comemora um marco importante para a saúde da mulher em Roraima: desde novembro de 2024, não houve registro de morte materna na unidade.
A mortalidade materna é definida como o óbito de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o parto, aborto ou nascimento, por causas relacionadas ou agravadas pela gravidez. A redução desse índice é uma meta prioritária da Secretaria de Saúde.
Entre maio de 2015 e outubro de 2024, o HMI registrou 125 óbitos maternos. Entre as causas mais recorrentes nos últimos anos estão eclâmpsia, septicemia, infecções puerperais, hemorragias, insuficiência renal aguda e choque hipovolêmico.
Muitas pacientes apresentavam quadros agravados por ausência de pré-natal, doenças crônicas não controladas e complicações pós-parto, como retenção placentária e distúrbios de coagulação. Esses fatores reforçam a importância do acompanhamento pré-natal e da estrutura hospitalar pronta para atuação imediata em casos graves.
Durante a pandemia de Covid-19, o número de mortes aumentou consideravelmente. Contudo, nos últimos anos, os dados vêm caindo, sendo 19 óbitos em 2022, 14 em 2023 e 13 em 2024, o que evidencia os avanços alcançados na assistência obstétrica e intensificação da vigilância sobre gestantes de risco.
O diretor-geral, enfermeiro obstetra Manuel Roque, destaca que a redução da mortalidade materna é fruto de uma atuação conjunta entre atenção especializada, protocolos assistenciais, comunicação entre setores e vigilância ativa de casos graves, com acompanhamento próximo de cada gestante de risco.
“Com um esforço conjunto, mudando fluxos, estabelecendo outros podemos comemorar hoje essa conquista. Nossa maternidade tem um time de excelentes profissionais, que engajados, estamos fazendo a diferença nos indicadores”, reforçou.
Estrutura faz diferença
A Maternidade passou por uma grande reforma concluída em setembro de 2024, com 294 leitos de enfermaria, 68 leitos de UTIN (Unidade de Terapia Intensiva Neonatal) e seis de UTI Materna, além de blocos organizados conforme a situação clínica das pacientes, como o Bloco Orquídeas, voltado para gestantes em trabalho de parto, e o Bloco Girassóis, que recebe casos de alto risco.
A unidade também oferece suporte completo com exames de imagem e laboratoriais, Banco de Leite Humano com certificação nacional, Casa da Gestante com estrutura adequada para mães que precisam acompanhar o bebê na UTI neonatal, atendimento de odontologia, psicologia, serviço social, vacinação e os testes de triagem neonatal (pezinho, olhinho, coraçãozinho e orelhinha), entre outros serviços.
Além disso, o HMI integra ações importantes como o Projeto Colo de Mãe, o Qualineo, a Unidade de Vigilância Epidemiológica Hospitalar, e protocolos de segurança do paciente, com envolvimento direto de profissionais capacitados e com atuação humanizada. É também Hospital Amigo da Criança, um selo concedido pelo Ministério da Saúde às unidades referências do país.