O Ministério da Saúde do Brasil reconhece que os casos de sarampo ainda são raros,mas decidiu intensificar a campanha de vacinação em áreas do Rio de Janeiro com risco potencial de transmissão. Recentemente, duas crianças em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, foram diagnosticadas com a doença, além de um caso confirmado em uma mulher adulta no Distrito Federal.
“A partir do dia 7 de abril,faremos um grande apelo à população desses municípios. Vamos aumentar o fornecimento de vacinas para o estado do Rio e convocar pessoas entre 6 meses e 59 anos para atualizar suas carteiras vacinais. Se houver falta da vacina contra o sarampo,iremos providenciar a atualização”,declarou Eder Gatti,diretor do Departamento Nacional de Imunização.
No dia 1º deste mês, Gatti se reuniu com representantes da Secretaria Estadual de Saúde do Rio e secretários municipais das áreas em alerta. No Distrito Federal e nas regiões vizinhas, não há necessidade imediata para uma campanha adicional neste momento.
“No caso do Distrito Federal, tratou-se de um caso importado que foi contido rapidamente. Contudo, estamos monitorando atentamente outras regiões. Temos áreas fronteiriças com alta movimentação populacional como Oiapoque no Amapá e Belém que se prepara para receber grandes eventos como a COP 30. Estamos implementando campanhas específicas contra febre amarela e sarampo nessas localidades”, explicou eder Gatti.
No estado do Rio, as cidades foram orientadas a desenvolver estratégias eficazes para alcançar aqueles que ainda não receberam a vacina contra o sarampo. Campanhas estão sendo organizadas em escolas, universidades e na indústria hoteleira.
“Atualmente nossa cobertura vacinal está abaixo das metas nacionais estabelecidas.Portanto estamos mobilizando os municípios para melhorar essa situação através dessas ações estratégicas”, comentou Mário Sérgio Ribeiro, subsecretário estadual da Saúde.
Ainda houve mudanças na administração da primeira dose nos municípios afetados pela doença. Atualmente,a vacina é disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) como parte da Tríplice Viral que também protege contra caxumba e rubéola. A primeira dose deve ser administrada aos 12 meses e a segunda aos 15 meses.
“Diante desse risco crescente relacionado ao sarampo vamos precisar implementar uma vacinação antecipada conhecida como ‘dose zero’, ou seja, vacinas aplicadas entre os seis meses até um ano”, disse Eder Gatti sobre as novas diretrizes adotadas visando proteger as crianças mais cedo na região carioca.
Surtos nas Américas
A ameaça à saúde pública aumenta quando ocorrem surtos em países vizinhos. Um relatório recente da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), publicado em março deste ano revela que até 2025 já foram confirmados 507 casos no continente americano superando todo o total registrado no ano anterior. Dentre esses casos estão incluídos 301 nos Estados Unidos — onde ocorreram duas mortes — além dos registros significativos no Canadá (173), México (22) e Argentina (11). A Opas classifica o risco atual como elevado devido à possibilidade real de disseminação viral.
No Brasil,a última epidemia significativa ocorreu em 2017 quando muitos imigrantes venezuelanos chegaram ao país durante um surto intenso lá. No ano seguinte houve um aumento alarmante dos casos nas regiões fronteiriças seguido por registros emergentes em outras partes do território nacional.
Pelo momento,a presença dos três casos confirmados este ano não afeta o status brasileiro como país livre dessa enfermidade conquistado recentemente após esforços intensivos na vigilância sanitária durante os últimos dois anos . Essa certificação é mantida desde que não haja cadeias contínuas transmitindo cepas virais idênticas por mais tempo determinado dentro desse período anual específico.
“Entre os anos de 2018 até meados deste último ciclo epidemiológico enfrentamos sérios problemas relacionados ao sarampo resultando na perda temporária dessa certificação nacionalmente reconhecida”, destacou Eder Gatti ressaltando as conquistas recentes obtidas através das iniciativas robustas voltadas à imunização populacional.”
Casos suspeitos devem ser notificados imediatamente às autoridades competentes conforme protocolo rígido estabelecido;,isso inclui identificação minuciosa das pessoas potencialmente expostas ao vírus assim como medidas preventivas adicionais nos locais frequentados pelo paciente confirmado incluindo escolas ou ambientes profissionais onde possam ter ocorrido interações sociais relevantes durante seu período infeccioso.