A programação do Mormaço Cultural no Teatro Municipal terminou nesta quinta-feira, 18, celebrando a diversidade e a força da produção artística local. Na Sala Roraimeira, o público conferiu o curta roraimense “O Chocalheiro” e a comovente montagem de “O Pequeno Príncipe”, da Escola Ballet Cristina Rocha, que levou dança, poesia e sentimento ao palco.
Mais uma vez lotada, a Sala Roraimeira foi tomada pelo encanto de “O Pequeno Príncipe”, obra do francês Antoine de Saint-Exupéry, apresentada por 115 bailarinos da Escola Ballet Cristina Rocha. Com a sutileza e a expressividade do balé clássico, a plateia acompanhou uma emocionante narrativa sobre a amizade entre um homem incompreendido por seus desenhos e um príncipe procedente de um asteroide distante.
No palco, cada movimento virou poesia: as peripécias do viajante miúdo ganharam forma pela dança, revelando uma história de grande beleza e significado perene. O público foi levado a um universo de inocência, afeto e esperança, um convite para resgatar a criança interior e revisitar os sentimentos mais puros.
O protagonista foi vivido pela atriz e professora de teatro AnnaLú Barros, 19 anos, que começou sua carreira aos cinco. Para AnnaLú, integrar o Mormaço Cultural 2025 é motivo de orgulho, por ser um evento de amplo alcance que reúne diferentes linguagens artísticas e valoriza a cultura local.
“’O Pequeno Príncipe’ é uma peça muito especial e sou grata por apresentá-la ao público roraimense. Temos muitos talentos em nosso estado e é fundamental que a prefeitura mantenha esse espaço de reconhecimento, demonstrando que Roraima também produz espetáculos de qualidade”, ressaltou a artista.
Com a magia do espetáculo, palco foi cenário de um “sim” para a vida real
Ao término da apresentação, um momento inesperado e emocionante tomou conta do palco da Sala Roraimeira: o jovem Abner Gabriel da Silva, 21 anos, surpreendeu a plateia ao pedir em namoro sua namorada, Maria Isadora, 18 anos, que não conteve a emoção. Admiradora da obra, Maria afirmou que foi tocada de maneira especial.
“O livro que inspirou o espetáculo é um dos meus preferidos e fiquei encantada com a interpretação dos bailarinos. Meu trecho favorito é o da raposa, e foi emocionante vê-lo ganhar vida no palco. Com o pedido de namoro, que aceitei, a noite ficou ainda mais inesquecível. Foi simplesmente maravilhoso”, contou Maria.
A força do festival para a cena artística de Roraima
Segundo a diretora Cristina Rocha, que mantém há 32 anos a escola de dança que leva seu nome, esta foi a estreia do grupo no Mormaço Cultural. Emocionada, ela destacou a relevância de participar de um evento dessa magnitude:
“Encerramos a programação do Mormaço no Teatro Municipal com a casa cheia e, para nossa surpresa, houve até um pedido de compromisso no palco durante a apresentação. Isso é Mormaço! Um festival que aproxima o público da arte, oferece experiências únicas e promove a diversidade cultural. Por isso, é uma iniciativa de grande importância para nossa cidade”, concluiu a diretora.
únicas e promove a diversidade cultural.” afirmou Cristina Rocha.
Também presente estava a família da pequena Alícia Emanuela Morais, 8 anos, acompanhada pelos pais Adriana Araújo, 38, e Anderson Morais, 45, além dos irmãos Anderson Arthur, 12, e Andrey Eduardo, 13.
“Minha filha faz balé há cinco anos e esta foi a primeira vez que viemos a um espetáculo. Ela nos motivou a vir e esperamos que no próximo ano possamos vê-la participando do Mormaço”, comentou Adriana.
Rock na veia!
Na área externa do teatro, os fãs de rock marcaram presença para assistir à apresentação da banda Phelps, composta por Johnny (baixo e vocal), Michel Nascimento (guitarra) e Deco (bateria), que estreou no festival. O trio trouxe um repertório influenciado por nomes como Green Day, Foo Fighters, Queens of the Stone Age e The Ramones.
“Tínhamos as melhores expectativas diante da magnitude do festival e da visibilidade que ele oferece. Vejo como diferencial do Mormaço Cultural essa valorização dos artistas locais e de diferentes manifestações. Isso só fortalece nossa cena independente”, afirmou André Deco, baterista da banda.
O casal Kildo Andrade, 66 anos, e Rakel Silva, 27, esteve presente na apresentação, já no clima do Mormaço, evento que acompanham desde a primeira edição, em 2022. Com suas cadeiras de praia, curtiram o show de perto.
“É um evento que movimenta a cidade, fortalece a cultura e valoriza os artistas locais. Sou roqueiro e não perdi as apresentações de rock na área externa do Teatro Municipal. E, claro, estarei também no Parque do Rio Branco para continuar aproveitando a programação”, comentou Kildo.
Curta-metragem roraimense destaca a preservação do lavrado da Amazônia
A Sala Roraimeira também exibiu o curta “O Chocalheiro”, dirigido por Vanessa Brandão e Leonardo Brandão. A produção local, de tom suspense-dramático, recupera narrativas de laços familiares e ancestrais, evidenciando a riqueza cultural de Roraima e a necessidade de preservar um dos biomas menos visibilizados da Amazônia: o lavrado roraimense.
A fisioterapeuta Nathalia da Silva, 37 anos, acompanhada do marido Wellyo Lima, 37, levou a pequena Isis Soares Lima, 3 anos, para proporcionar a ela o primeiro contato com a arte e a cultura local.
“Participamos do festival no ano passado e, neste ano, decidimos trazer nossa filha para assistir ao espetáculo no teatro. É uma iniciativa maravilhosa da prefeitura, que aproxima as pessoas da cultura”, destacou Nathalia.
