Com o propósito de divulgar a cultura do cacau em Roraima e valorizar a produção local, o Iater (Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural de Roraima) realizou, nesta semana em Caroebe, o Curso de Aproveitamento Integral do Cacau – Fruto, Amêndoas e Subprodutos.
A capacitação, concluída na sexta-feira, dia 24, reuniu 23 produtores de diversas comunidades do Polo Cacaueiro do Sul do Estado e ofereceu cinco dias de aulas práticas e teóricas sobre a transformação do fruto em produtos de maior valor agregado.
De acordo com o coordenador da Cadeia do Cacau no Iater, Eliézer Campos, o curso abordou técnicas de fermentação e beneficiamento das amêndoas, a produção de nibs — ou seja, amêndoas de cacau fermentadas, secas, torradas e trituradas — e a fabricação artesanal de chocolate na melanger.
Também foram apresentadas alternativas de bioeconomia regional com potencial comercial, como nibs caramelizados, chá de nibs, pé de moleque e brigadeiro com cobertura de nibs de cacau.
Para Eliézer Campos, a iniciativa fortalece a autonomia produtiva e amplia as oportunidades de comercialização.
“Quando o produtor aprende a transformar o fruto em derivados, deixa de depender apenas da venda in natura e passa a acessar mercados mais rentáveis. O cacau já é uma realidade em Roraima, e nosso trabalho agora é garantir tecnologia, manejo adequado e capacidade de agregar valor dentro das comunidades”, afirma.
Além desta capacitação, o Iater já agendou um segundo treinamento, exclusivo para os técnicos da extensão rural, de 10 a 14 de novembro, também em Caroebe, com foco em Nutrição e Manejo de Pragas e Doenças do Cacaueiro.
Expansão planejada da cultura do cacau em Roraima
O avanço da cadeia integra uma estratégia estadual para consolidar o cacau como cultura permanente na agricultura familiar. O presidente do Iater, Marcelo Pereira, projeta que a área plantada no Estado deve chegar a 1.200 hectares até 2026 — atualmente são 1.050 hectares.
Hoje, 560 produtores recebem assistência técnica contínua, desde a seleção de sementes ao preparo do solo, adubação e acompanhamento do plantio. Somente em 2024, o Iater destinou R$ 2 milhões diretamente para apoiar a instalação de lavouras de cacau.
“É uma cultura que permite produção o ano inteiro, pode ser consorciada com feijão, macaxeira e abóbora, e ainda acessar programas de comercialização institucional como o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) e o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar). Isso traz estabilidade de renda e fortalece o circuito econômico local”, destacou Pereira.




