A EJA (Educação de Jovens e Adultos) permanece como uma das políticas públicas mais transformadoras da educação no Brasil. Em Roraima, o Governo do Estado, por meio da Seed (Secretaria de Educação e Desporto), abriu as pré-matrículas para a EJA 2026, reafirmando o compromisso de assegurar o direito à educação a quem, por diferentes motivos, precisou interromper sua trajetória escolar.
O programa é voltado a jovens, adultos e idosos que desejam concluir o Ensino Fundamental ou o Ensino Médio, com a possibilidade, no caso do Ensino Médio, de associar a formação escolar à qualificação profissional por meio da EJA Profissionalizante.
A chefe da Divisão de Educação de Jovens e Adultos da Seed, Fernanda Rodrigues, destaca que a modalidade é planejada para acolher e apoiar o estudante em todas as suas dimensões.
“A EJA respeita o tempo, a história, a trajetória e os saberes que cada aluno traz. Não é apenas um retorno à escola, mas a construção de novos projetos de vida, o fortalecimento da cidadania e a ampliação de oportunidades no mercado de trabalho. A educação de jovens e adultos busca garantir que esses estudantes se sintam pertencentes, valorizados e aptos a concluir seus estudos com qualidade, com professores preparados para atendê-los”, explicou.
As pré-matrículas para a EJA 2026 estão abertas. Os interessados devem procurar a escola estadual mais próxima que ofereça a modalidade para obter informações sobre turmas, horários e documentação exigida.
Histórias de quem decidiu recomeçar
Entre os estudantes da EJA, predominam sentimentos de esperança e superação. Para Maria Reis, aluna da Escola Estadual Voltaire Pinto Ribeiro, os caminhos da vida a afastaram dos estudos ainda na adolescência.
“Tive que interromper meus estudos aos 16 anos, quando me tornei mãe. Naquele momento, precisei optar entre continuar a estudar e cuidar dos meus filhos, e escolhi priorizar a criação e a educação deles. Agora, aos 51 anos, decidi retomar os estudos e concluir o que comecei há tanto tempo”, relatou Maria.
Para Genilda da Silva, colega de Maria, a escola representa uma nova porta para o futuro profissional.
“Precisei interromper meus estudos por causa de uma tragédia na minha família: meu irmão faleceu de forma inesperada dentro de uma escola. Isso me deixou muito abalada e com medo de voltar. Com o tempo, com apoio psicológico e com fé, consegui superar o trauma e encontrar forças para seguir. Agora estou de volta à escola, graças a Deus, e determinada a aproveitar essa oportunidade para crescer e me desenvolver”, contou.
Quem pode participar
A EJA atende a perfis variados, respeitando as etapas da Educação Básica: a partir de 15 anos para quem deseja concluir o Ensino Fundamental (6º ao 9º ano), no 2º segmento; e a partir de 18 anos para quem busca concluir o Ensino Médio (1ª, 2ª e 3ª série), inclusive com opção de formação profissional pela EJA Profissionalizante.
As aulas são organizadas para conciliar estudo, trabalho e responsabilidades familiares — realidade comum entre o público atendido pela modalidade.
Escolas que ofertam EJA na capital
Em Boa Vista, diversas escolas da rede estadual oferecem a EJA nos 2º e 3º segmentos, garantindo acesso em diferentes bairros: Escola Estadual Fagundes Varela, Raimunda Nonato Freitas da Silva, Escola Estadual Monteiro Lobato, Escola Estadual Ana Libória, Escola Estadual Maria das Neves Rezende e Escola Estadual Voltaire Pinto Ribeiro.
Também ofertam a modalidade os Colégios Estaduais Militarizados Fernando Grangeiro de Menezes, Presidente Tancredo Neves, Maria de Lourdes Neves, Maria Sônia de Brito, Luiz Ribeiro de Lima e Dr. Luiz Rittler Brito de Lucena.




