O mundo do cinema perdeu neste domingo uma de suas personalidades mais singulares e reconhecíveis: o ator alemão Udo Kier. Aos 81 anos, o astro morreu ao lado do parceiro, o artista Delbert McBride, deixando uma filmografia com mais de 200 títulos que vão do experimental ao grande circuito hollywoodiano.
Adorado por várias gerações, Kier virou um rosto conhecido entre os fãs de cinema de gênero, terror, fantasia e obras autorais. De Andy Warhol a Lars von Trier, de Gus Van Sant ao cinema brasileiro contemporâneo, o ator acumulou décadas de parcerias e personagens memoráveis, transitando sempre entre o excêntrico e o sofisticado.
O público brasileiro o viu recentemente em destaque em O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, longa que rendeu a Wagner Moura o prêmio de Melhor Ator em Cannes. Antes disso, Kier havia conquistado o público nacional ao interpretar Michael, o enigmático turista de Bacurau, estreitando seu vínculo com o cinema do país.
Ícone cult do cinema europeu, americano e brasileiro
A carreira de Udo Kier começou a despontar nos anos 1970, sobretudo por suas colaborações com Andy Warhol. Filmes como Flesh for Frankenstein (1973) e Blood for Dracula (1974) o transformaram em um ícone cult instantâneo, combinando humor ácido, erotismo e uma releitura irreverente dos clássicos do horror.
A partir daí, Kier passou a trabalhar com alguns dos principais cineastas europeus, como Rainer Werner Fassbinder, com quem participou de títulos como The Stationmaster’s Wife e Lili Marleen. Nos anos 1990, sua presença em My Own Private Idaho, de Gus Van Sant, ajudou a apresentá-lo ao grande público norte-americano.
Ele também manteve uma longa e intensa colaboração com Lars von Trier, participando de obras como Europa, Breaking the Waves, Dogville e Melancholia, reafirmando seu papel de camaleão dramático, capaz de ir do grotesco ao poético e ao trágico.
Presença no cinema brasileiro
Nos últimos anos, Kier estreitou ainda mais sua relação com o Brasil, tornando-se presença admirada em produções nacionais. Em Bacurau, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, ele interpretou um dos antagonistas mais marcantes do cinema recente.
A parceria com Mendonça Filho se repetiu em O Agente Secreto, longa que representou sua última aparição nas telas e que intensificou a admiração do público brasileiro por sua versatilidade.
Destaques no cinema
- Flesh for Frankenstein (1973)
- Blood for Dracula (1974)
- The Stationmaster’s Wife (1977)
- My Own Private Idaho (1991)
- Ace Ventura: Pet Detective (1994)
- Breaking the Waves (1996)
- Dogville (2003)
- Melancholia (2011)
- Bacurau (2019)
- O Agente Secreto (2025)
Udo Kier também tem carreira nos games
Além do cinema, Kier também emprestou sua voz e sua performance ao universo dos videogames. O ator participou de dublagens em títulos como As Aventuras de Pinóquio, nos anos 90, e em jogos como Call of Duty WWII e Martha is Dead.
Sua participação mais aguardada, porém, ainda está por vir: OD, o misterioso projeto de terror de Hideo Kojima, desenvolvido em parceria com a Xbox Game Studios. O game, sem data de lançamento definida, mistura cinema, atuação e tecnologia, e deve trazer uma das últimas performances inéditas do ator.
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