A Seed (Secretaria Estadual de Educação e Desporto) realizou o 1º Fórum de Partilha, que marcou o encerramento dos trabalhos e atividades desenvolvidos durante os Círculos de Cultura do Pacto pela Superação do Analfabetismo e Qualificação da EJA (Educação de Jovens e Adultos), correspondentes ao primeiro semestre deste ano.
O encontro ocorreu na tarde da última quinta-feira, dia 7, no auditório do IERR (Instituto de Educação de Roraima), localizado no bairro Pricumã. A iniciativa é do Governo do Estado, por meio da Seed, com organização do Ceforr (Centro Estadual de Formação dos Profissionais da Educação de Roraima) e do Dieja (Departamento de Educação Básica/Divisão de Educação de Jovens e Adultos).
O Fórum reuniu profissionais de escolas estaduais da capital, do interior e de comunidades indígenas para troca de experiências vivenciadas durante a formação promovida pelos círculos de cultura, que ocorreram de forma virtual e presencial. Nesta etapa inicial, mais de 180 professores e 54 coordenadores pedagógicos de escolas que oferecem a modalidade EJA foram capacitados.
“Este é o primeiro fórum de partilha da EJA no Estado de Roraima. O objetivo é divulgar a primeira formação que ocorreu no estado relacionada ao círculo de cultura dentro do pacto feito com o MEC [Ministério da Educação], que é o Pacto pela Superação do Analfabetismo. Portanto, o que acontecem hoje é o compartilhamento de todo o trabalho das nossas formadoras nesse momento formativo singular do Estado de Roraima”, explicou Fernanda Rodrigues, chefe da Divisão de Educação de Jovens e Adultos da Seed.
O evento contou com a presença de profissionais dos municípios de Alto Alegre, Boa Vista, Cantá, Mucajaí, Pacaraima, Rorainópolis, Bonfim e Normandia que atuam por meio do Pacto-EJA, voltado para a formação continuada dos profissionais da Educação Básica.
O Fórum de Partilha utiliza a metodologia dos círculos de cultura, onde as experiências formativas são exibidas em vídeo e posteriormente debatidas entre os participantes. O encontro também foi transmitido ao vivo pelo YouTube, possibilitando o acesso de profissionais do interior e de comunidades indígenas.
A professora de matemática Kemilly Kathrem atua na EJA da Escola Estadual Indígena Índio Manoel Barbosa, situada na comunidade indígena Sorocaima II, em Pacaraima. Para ela, a formação é fundamental para aprimorar as práticas pedagógicas, já que o público da EJA é bastante diversificado.
“A Educação na EJA é diferente. Sou professora de matemática e, quando leciono para o Ensino Fundamental e Médio, é uma coisa; porém, na EJA, percebo que é totalmente distinta. Preciso usar uma didática própria e saber dialogar com pessoas de diversas faixas etárias. Na minha escola, atendemos alunos jovens, idosos e também imigrantes, o que exige várias metodologias diferentes, especialmente na EJA. Por isso, esse curso tem sido de extrema importância”, afirmou.
Superação do Analfabetismo
O Pacto pela Superação do Analfabetismo e Qualificação da Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma política pública coordenada pelo MEC, com o objetivo principal de erradicar o analfabetismo no Brasil, aumentar o nível de escolaridade e ampliar as matrículas na EJA. Segundo dados do IBGE, em 2023 havia no país 9,1 milhões de pessoas com 15 anos ou mais sem alfabetização.
A EJA
A Educação de Jovens e Adultos é destinada a pessoas que não tiveram acesso ou continuidade nos estudos do Ensino Fundamental e Médio na idade adequada, conforme previsto na Lei nº 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional).
Ao concluir os estudos pela EJA, a pessoa está habilitada a continuar sua trajetória acadêmica, melhora sua autoestima e amplia suas perspectivas de vida, seja para ingressar no ensino superior, seja para se inserir no mercado de trabalho.
De acordo com dados do Censo Escolar, atualmente a rede estadual de ensino atende 4.628 estudantes na modalidade EJA.
