O país enfrentará um ajuste fiscal rigoroso mais cedo ou mais tarde. Essa é a avaliação da Instituição Fiscal Independente do Senado (IFI), divulgada nesta quinta-feira (18) no Relatório de Acompanhamento Fiscal de dezembro. Segundo o instituto, isso se deve ao atual cenário macroeconômico e à insustentabilidade do regime fiscal vigente, frequentemente desrespeitado.
Conforme as estimativas da IFI, R$170 bilhões em despesas foram excluídos da meta fiscal nos últimos três anos. Além disso, a interpretação do Tribunal de Contas da União que permite o cumprimento da banda inferior da meta acaba por autorizar gastos ainda maiores.
Diante desse cenário, o órgão projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 1,7% em 2026 e que a inflação registrada alcance 3,9%. Caso esses números se confirmem, indicam a continuidade da desaceleração econômica, já que para 2025 o PIB estimado é de 2,3% com inflação de 4,3%.
A IFI também estimou uma taxa média anual de crescimento de 2,2% para o período entre 2027 e 2035. A inflação, por sua vez, deve convergir gradualmente para o centro da meta (3%) ao longo do mesmo intervalo.
A IFI
A Instituição Fiscal Independente é um órgão vinculado ao Senado Federal. Criada em 2016 com a finalidade de aumentar a transparência das contas públicas do país, tem como atribuições divulgar estimativas de parâmetros e variáveis essenciais para a elaboração de cenários fiscais e orçamentários, analisar indicadores econômicos e o contexto socioeconômico, além de mensurar os impactos de eventos fiscais relevantes.
Entretanto, a IFI não possui poder de controle e fiscalização. Isso significa que a avaliação e o julgamento das contas dos poderes da República são competências exclusivas do Tribunal de Contas da União (TCU).
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