Foram vendidas 755,4 mil toneladas de produtos químicos e bioquímicos formulados. No ano anterior, haviam sido comercializadas 800,6 mil toneladas
Os dados mais recentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) mostram que, em 2023, a comercialização de agrotóxicos caiu 5,6% no país, para 755,4 mil toneladas de produtos químicos e bioquímicos formulados. No ano anterior, em 2022, foram vendidas 800,6 mil toneladas, maior volume da série histórica.
A maior parte dos produtos vendidos foi de fabricação nacional (465,3 mil toneladas). Houve importação e comercialização de outras 326,3 mil toneladas, e o país exportou 6 mil toneladas de agrotóxicos formulados em 2023.
Os produtos biológicos, considerados de baixa periculosidade ambiental, também tiveram redução na produção (58%) e nas vendas (1%) em 2023. Foram produzidas 1,9 mil toneladas, comparadas com as 3 mil toneladas em 2022. A comercialização somou 3,8 mil toneladas, quase no mesmo patamar do ano anterior. A exportação passou de zero para 23,4 toneladas e a importação caiu de 1,2 mil toneladas para 411 toneladas.
O glifosato segue líder no ranking dos ingredientes ativos mais comercializados no Brasil em 2023, com quase metade de todo o volume de agrotóxicos movimentados naquele ano. Na lista dos dez mais vendidos também estão maconzebe, 2,4-D, acefato, clorotalonil, atrazina, S-metolacloro, glufosinato – sal de amônio, malationa e dibrometo de diquate.
Entre as classes de agrotóxicos, os herbicidas, usados no combate a plantas daninhas e para dessecar as lavouras para a colheita, lideram a comercialização. Em 2023, foram vendidas 422,5 mil toneladas de ingredientes ativos desses produtos, quase 56% do total de defensivos comercializados no país. Na sequência estão fungicidas (17,7%) e inseticidas (12,1%).
Os dados fazem parte do boletim anual do Ibama a partir de relatórios enviados por 262 empresas titulares de registros de defensivos no Brasil. No boletim, o órgão destaca que nem todos os produtos registrados no Brasil foram efetivamente comercializados. Dos 3.314 produtos formulados com registros ativos em 2023, 62% não foram movimentados. Foram mais de 2 mil defensivos autorizados para uso que não foram produzidos, importados, exportados ou vendidos internamente.
O Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Defesa Vegetal (Sindiveg) estima que a área tratada com defensivos deve crescer 6% na safra 2024/25 e chegar a 2 bilhões de hectares (o número representa a soma de diferentes aplicações em uma mesma área).
No fim do ano passado, pesquisa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apontou que menos de 1% dos alimentos avaliados tinham concentração de defensivos químicos prejudicial à saúde em 2023.
Por Rafael Walendorff