Brasil cai duas colocações e aparece em 52º no ranking mundial de inovação.

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O Brasil caiu pelo segundo ano consecutivo no Índice Global de Inovação (IGI), ocupando agora a 52ª posição entre 139 países. O ranking anual é produzido pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) com a colaboração da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A análise contemplou 80 indicadores, distribuídos entre insumos (inputs) e resultados de inovação (outputs).

Os resultados recentes interrompem a tendência de crescimento do Brasil entre 2020 e 2023. O país também perdeu a liderança entre as 21 economias da América Latina e Caribe, sendo superado pelo Chile.

Segundo André França, especialista em Inovação da CNI, é fundamental entender as diferenças econômicas entre Brasil e Chile para interpretar o ranking. “O Brasil é uma nação de renda média-alta, enquanto o Chile, embora menor, é uma economia de alta renda – ou seja, mais rica e naturalmente mais inovadora. O Chile está performando como esperado e o Brasil está acima do esperado para economias de renda média-alta”, explica. 

Entre as 36 economias de renda média-alta, o Brasil está na 5ª posição, ficando atrás da China, Malásia, Turquia e Tailândia. André França destaca que esta é a primeira vez que a China aparece entre as dez economias mais inovadoras do mundo

O relatório também aponta uma desaceleração global nos investimentos em pesquisa, desenvolvimento de tecnologias e novos produtos, após a expansão notada no período pós-pandemia.

Índice Global de Inovação: principais pontos do Brasil

O Brasil teve melhor desempenho nos resultados de inovação (50º lugar) do que nos insumos (63º lugar). Isso mostra a capacidade de converter investimentos em produtos e serviços, mas evidencia limitações em infraestrutura, pesquisa, educação e desenvolvimento.

Diante dos números, França enfatiza a necessidade de melhorar o ambiente de negócios no país: “Um governo mais eficiente e agências reguladoras mais capacitadas, alinhadas a padrões internacionais. Só assim, teremos um desempenho melhor em inovação, desenvolvimento de novos produtos e serviços inovadores, o que poderá impulsionar o Brasil a posições superiores”, destaca. 

Destaques positivos:

  • 7º lugar mundial em mercado consumidor;
  • 9º colocado em volume elevado de marcas registradas;
  • 16º em negócios de capital de risco avançados;
  • 17º em importações de serviços de tecnologia da informação e comunicação;
  • 17º em pagamentos relacionados à propriedade intelectual.

O relatório também destaca avanços significativos em:

  • veículos elétricos (+132,6%, 2023/24);
  • 5G (+86,9%, 2022/23);
  • registro internacional de patentes (+23,9%, 2023/24);
  • robótica (+10%, 2022/23).

Pontos frágeis:

  • 128º em estabilidade regulatória para negócios;
  • 118º em formação bruta de capital;
  • 106º em taxa tarifária aplicada;
  • 100º em graduados nas áreas de ciências e engenharias;
  • 78º em cultura empreendedora.

A indústria brasileira desempenha papel fundamental no ambiente de inovação, com empresas como Petrobras, Vale, Embraer e TOTVS figurando entre as duas mil maiores investidoras em pesquisa e desenvolvimento no mundo

Nas universidades, são destaques as instituições de São Paulo (USP), Campinas (Unicamp) e Rio de Janeiro (UFRJ). Também ganham relevância startups como Quinto Andar, C6 Bank e Nuvemshop.

Ações para fomentar a pesquisa na indústria

A CNI conduz diversas ações de fomento ao desenvolvimento industrial, incluindo um acordo de cooperação técnica com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para ampliar a inserção de pesquisadores no setor produtivo. O objetivo é fortalecer a inovação, a competitividade industrial e a integração entre empresas e academia.O acordo terá duração inicial de dois anos, até julho de 2027. Entre as atividades previstas estão intercâmbio de informações e realização de estudos, monitoramento da empregabilidade de mestres e doutores, avaliação de programas estratégicos como o Inova Talentos, além da criação de um painel nacional para mapear pesquisadores por área e identificar bolsistas do CNPq já inseridos na indústria.“Essa parceria facilitará a compreensão da dinâmica entre universidades, programas de pesquisa e os egressos, fortalecendo a interação entre universidades e indústria, que é crucial para a inovação no país”, explica Márcio Guerra, superintendente do Observatório Nacional da Indústria.Com esse acordo, espera-se ampliar a conexão entre empresas e pesquisadores, gerando subsídios para aprimorar as políticas públicas em ciência, tecnologia e inovação.

Índice Global de Inovação: estrutura

O índice avalia os resultados com base em sete categorias: cinco relacionadas a insumos (instituições, capital humano e pesquisa, infraestrutura, sofisticação do mercado e sofisticação dos negócios) e duas de resultados (conhecimento e tecnologia, criatividade). O Brasil apresenta melhor desempenho em sofisticação empresarial (39º), capital humano e pesquisa (48º) e resultados criativos (50º), mas ainda enfrenta desafios em instituições (107º) e sofisticação do mercado (71º).
 

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