No Dia “M”, data internacional destinada à eliminação da violência contra mulheres e meninas, comemorado nesta terça-feira, 25 de novembro, a Prefeitura de Boa Vista lançou o BV Protege, um aplicativo desenvolvido para atender especificamente as necessidades das mulheres em situação de violência assistidas pela equipe da Patrulha Maria da Penha.
A ferramenta integra as ações da gestão municipal voltadas ao enfrentamento da violência. “Em casos de ameaça ou sensação de perigo, elas poderão ativar o recurso e, de imediato, nossa Patrulha será notificada para agir com rapidez e oferecer proteção. O aplicativo faz parte de uma extensa rede de proteção que envolve a prefeitura, o Tribunal de Justiça e outras instituições”, explicou o prefeito Arthur Henrique.
As atividades rotineiras da Patrulha Maria da Penha foram incorporadas ao aplicativo, que dispõe de resposta imediata por geolocalização, sem necessidade de realizar uma chamada telefônica. De acordo com Jessyka Pereira, coordenadora da PMP, ao pressionar o botão de emergência a posição da vítima é transmitida em tempo real para a central da GCM ou diretamente para a Patrulha, para as mulheres assistidas.
“Quem atua na linha de frente sabe o valor de cada minuto. E quem sofre violência muitas vezes não consegue completar uma ligação por estar sendo agredida no momento. Este aplicativo facilita o pedido de ajuda. A Patrulha Maria da Penha agradece à prefeitura pelo investimento em tecnologia que pode salvar vidas”, ressaltou Jessyka.
Proteção integral da vítima
O BV Protege permite ocultar o ícone no aparelho, evitando que o agressor perceba sua existência. A comunicação é silenciosa, reduzindo o risco de exposição em situações perigosas.
Na versão destinada aos guardas municipais, o app simplifica a gestão dos atendimentos, com acesso ao número de processos, à lista de visitas diárias e à confirmação de presença. A própria vítima pode sinalizar pela aplicação a realização da visita pela equipe. Além disso, a ferramenta coleta dados estratégicos, como os bairros com maior incidência de descumprimento de medidas protetivas, o que contribui para orientar ações preventivas da prefeitura baseadas em evidências.
O aplicativo está disponível para Android e iOS e pode ser baixado através do link:
Dia “M” da Campanha de 21 dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra Mulheres e Meninas
A secretária Municipal de Assistência Social e Desenvolvimento Social, Nathália Cortez, destacou que, apesar das ações ocorrerem ao longo de todo o ano, a campanha intensifica a conscientização, amplia a visibilidade do tema e incentiva as mulheres a procurarem suporte. “Combater a violência não é responsabilidade apenas da vítima, é um dever de toda a sociedade. A informação fortalece essas mulheres e mostra onde e como elas podem buscar ajuda”, afirmou.
A prefeitura promove, durante o ano, iniciativas para fortalecer o enfrentamento à violência, como o projeto Maria Vai à Escola, em parceria com o Tribunal de Justiça de Roraima, que trabalha a conscientização sobre direitos humanos, igualdade de gênero e a Lei Maria da Penha. Há também a Sala Lilás, espaço de acolhimento especializado na sede da Patrulha Maria da Penha, onde as vítimas têm acesso a assistência social, acompanhamento psicológico e outros serviços.
Dia M – É uma data global de mobilização e conscientização contra a violência de gênero, com ações promovidas pela ONU e replicadas internacionalmente. A iniciativa integra a Campanha de 21 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres e Meninas, da qual a Prefeitura de Boa Vista participou.
Dados de atendimento da Patrulha Maria Penha
Entre 2016 e outubro de 2025, a Patrulha Maria da Penha (PMP) prestou atendimento a 15.410 mulheres vítimas de violência doméstica em Boa Vista. Nesse intervalo, foram realizadas 70.926 visitas domiciliares focadas na proteção e no acompanhamento dessas vítimas.
O trabalho da patrulha também resultou em 315 conduções por descumprimento de medidas protetivas e em outras 111 conduções por crimes diversos. Foram emitidas 1.102 certidões de descumprimento, documento essencial para embasar ações judiciais contra agressores reincidentes.




