A Agência Municipal de Empreendedorismo (AME BV) já destinou R$ 8 milhões para fortalecer pequenos negócios na capital, beneficiando 2.089 empreendedores. Esse investimento traz impacto direto não só nas estatísticas, mas também no cotidiano de muitas famílias de Boa Vista.
Do total de empreendedores atendidos pela Prefeitura desde 2022, 44 atuam na zona rural e 109 são de comunidades indígenas. As mulheres predominam: 1.550 empreendedoras, correspondendo a 74,2% do público, enquanto os homens somam 539, ou 25,8%.
Segundo a diretora-presidente da AME BV, Luciana Surita, a agência vai além da oferta de crédito: é um caminho para a concretização de projetos e para a independência financeira. “Nossa missão é prover suporte, formação e monitoramento, para que esses pequenos negócios cresçam com segurança”, afirmou.
Empreendedorismo em alta em Boa Vista: os bairros e setores que mais se destacam
Boa Vista continua se destacando no cenário empreendedor local, com alguns bairros concentrando mais beneficiários. Cidade Satélite aparece na liderança, com 144 empreendedores, seguido pelo Centro (121) e Senador Hélio Campos (110). Asa Branca e Dr. Sílvio Botelho também se sobressaem, com 56 e 38 beneficiários, respectivamente.
Entre os setores que mais crescem, vestuário e moda lideram com 406 negócios ativos, evidenciando grande potencial criativo e comercial. O segmento de alimentação vem em seguida, com 399 empreendimentos, mostrando a força da gastronomia local. Saúde e beleza registram 383 negócios, enquanto artesanato soma 115 e agro alcança 85, destacando a diversidade do ecossistema empreendedor da cidade.
Negócios de sucesso

Cleuciane da Silva e Silva, 36 anos, viu na tradicional panelada uma maneira de empreender e contribuir com as despesas familiares. “Queria algo meu, para não depender só do meu marido e da distribuidora que já temos. Pensei: ‘quem bebe, às vezes acorda de ressaca — nada melhor que uma panelada’”, contou, bem-humorada.
Ela começou vendendo apenas aos sábados na rua Rio Apiaú, no bairro Professora Araceli Souto Maior, e hoje atende também às sextas e domingos. Os pratos são vendidos entre R$ 22 e R$ 35. O crescimento do negócio foi impulsionado pelo apoio recebido da Agência Municipal de Empreendedorismo.

“As pessoas começaram a experimentar, gostar e indicar. Me inscrevi na AME, consegui um crédito de R$ 3 mil e usei o recurso para ampliar o espaço e montar uma cozinha. Foi fundamental”, relatou Cleuciane, que hoje participa das iniciativas e eventos promovidos pela agência.
Empreendedora aposta em cookies estilo “Nova York” com sabores amazônicos e impulsiona negócio com apoio da AME

Aos 26 anos, Natália Fuhrmann transformou uma paixão pela confeitaria em um negócio ao apostar em cookies diferenciados. Buscando um nicho, ela trouxe para o mercado local cookies altos, com miolo macio e casca crocante, agregando também ingredientes regionais.
Além do cookie clássico, Natália desenvolveu sabores com identidade amazônica. Um destaque é o cookie de tucupi preto com cumaru e castanha-de-caju, servido com sorvete de cupuaçu e finalizado com tucupi apimentado — uma combinação inovadora que vem conquistando clientes.

O atendimento é feito por delivery, com pedidos via WhatsApp divulgados nas redes sociais. Os preços variam de R$ 10 (tradicional) a R$ 22 (recheado). Para escalar a produção, Natália contou com a AME BV, que ofereceu orientação técnica, capacitações e acesso a crédito facilitado.
“A AME foi essencial. Vi o trabalho nas redes sociais e desde então recebi apoio para estruturar o negócio. Com o fomento, adquiri um forno industrial que melhorou muito a qualidade e a capacidade produtiva”, afirmou.
