Moto G56: o renascimento do Moto G original [Análise]

Moto G56: o renascimento do Moto G original [Análise]

O Moto G original foi um marco no mercado brasileiro, estabelecendo o que hoje entendemos por smartphones intermediários: aparelhos que entregam o essencial com qualidade e preço acessível. Depois de mais de um mês testando o novo Moto G56, a impressão é de que ele tenta ser uma versão contemporânea desse conceito.

Embora não seja a melhor opção em custo-benefício da Motorola para 2025, o aparelho busca oferecer um conjunto equilibrado por um preço bastante atraente. Ainda assim, não é impecável: há pontos fracos relevantes e uma escolha de design no conjunto de câmeras que merece críticas.

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Nesta análise, explicamos tudo o que você precisa saber antes de decidir se o Moto G56 é o intermediário certo para você.

DESIGN E CONSTRUÇÃO: A resistência e o visual entregam mais do que o preço sugere?

O design é um dos pontos fortes do G56. O aparelho traz visual atualizado, com a câmera frontal em um furo central na tela, deixando para trás o recorte em gota comum nessa faixa de preço. As bordas não são as mais estreitas do mercado, principalmente a inferior, mas não chegam a incomodar no uso diário.

O corpo é feito em plástico de boa qualidade. A traseira tem acabamento em couro sintético (o “vegan leather” da marca) e um módulo de câmeras com bordas suavizadas, garantindo uma pegada confortável e segura. É um aparelho grande e relativamente pesado, o que transmite robustez.

  • Dimensões (L x A x P): 7,63 x 16,58 x 0,84 cm;
  • Peso: 200g.

O grande destaque aqui é o pacote de proteções, incomum nessa categoria. Além do vidro Gorilla Glass 7i na tela, o modelo traz certificação militar e proteção ampla contra água e poeira.

  • Proteções: Gorilla Glass 7i (tela), Certificação Militar e IP68/IP69 (submersão e jatos de alta pressão).

Durante os testes, o aparelho suportou bem quedas acidentais, incluindo impactos diretos em superfícies duras, sofrendo apenas danos estéticos no corpo. Uma queda que eu esperava que tivesse quebrado o vidro terminou com apenas uma amassado na parte superior da carcaça.

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Outros detalhes relevantes: o leitor de digitais está na lateral e funciona de forma rápida e precisa, e o aparelho mantém a entrada P2 para fones de ouvido.

TELA E ÁUDIO: A falta de AMOLED compromete a experiência?

A Motorola escolheu um painel IPS LCD de 6,72 polegadas. As cores ficam boas (especialmente no modo “Intenso”) e o brilho máximo de 1.000 nits ajuda no uso externo, mas a ausência de uma tela OLED/AMOLED faz falta pelo contraste e pretos mais profundos, algo já presente em concorrentes.

  • Tela: IPS LCD, 6,72”, Full HD+ (2400×1080), 120 Hz, pico de 1000 nits.

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O áudio estéreo é competente, usando o alto-falante inferior e o alto-falante superior. O som quase não distorce em volumes altos, oferecendo uma experiência audiovisual muito boa para a categoria.

HARDWARE: O desempenho do Dimensity 7060 aguenta jogos pesados?

Com o processador MediaTek Dimensity 7060, o Moto G56 se posiciona como um intermediário clássico. No dia a dia, o sistema é fluido e a alternância entre apps é rápida.

  • CPU: MediaTek Dimensity 7060 (6 nm);
  • GPU: IMG BXM-8-256;
  • RAM: 8 GB (+ até 16 GB via Otimização de RAM);
  • Armazenamento: 256 GB (expansível via microSD).

Em jogos, ele roda títulos pesados como Diablo Immortal, mas exige ajustes gráficos no mínimo e apresenta quedas de desempenho ocasionais. Não é um celular para gamers, mas cumpre seu papel para quem joga casualmente.

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A conectividade também tem pontos a observar. O Wi‑Fi fica limitado ao padrão 5 (ac), sem suporte a Wi‑Fi 6, 6e ou 7. Além disso, a bandeja de chips é híbrida de forma curiosa: existem duas posições físicas, mas apenas uma aceita chip de operadora (a outra serve somente para microSD). Para usar uma segunda linha, é necessário recorrer ao eSIM.

  • Conectividade: 5G, NFC, Bluetooth 5.3, Wi-Fi 5 e GPS completo.

SOFTWARE: O sistema limpo da Motorola foi invadido por propagandas?

O G56 vem com Android 15 e a interface da Motorola, visualmente bastante próxima à experiência dos Pixel. Os recursos tradicionais da marca continuam presentes e úteis, como gestos para acionar a lanterna ou abrir a câmera, além do Smart Connect (antigo Ready For).

  • Software: Android 15 (Motorola).

No entanto, a experiência foi prejudicada por uma postura mais agressiva da marca em relação a sugestões comerciais. O sistema chega com diversos apps de terceiros pré-instalados (o chamado “bloatware”) e tenta empurrar a instalação de apps parceiros via notificações persistentes, além de ativar funções como o “Glance”, que mostra sugestões de artigos e anúncios na tela de bloqueio. Tudo pode ser desativado, mas exige tempo e paciência.

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Outro ponto negativo é a política de atualizações: a promessa é de apenas dois updates de Android e quatro anos de atualizações de segurança, bem abaixo do que concorrentes como a Samsung oferecem mesmo em linhas mais acessíveis.

CÂMERAS: Quantas lentes ele realmente tem e qual a qualidade?

No módulo traseiro há uma escolha de design polêmica. À primeira vista, parece haver três — ou até quatro, para quem confunde o flash com uma lente — câmeras. Na prática, são apenas duas: uma principal e uma ultrawide. O terceiro círculo abriga um “sensor flicker” (auxiliar para foco), presente mais por simetria estética do que por função fotográfica real.

  • Câmeras Traseiras: Principal: 50 MP, f/1.8 + Ultrawide: 8 MP, f/2.2 (118º);
  • Câmera Frontal: 32 MP, f/2.2.

A câmera principal entrega fotos excelentes durante o dia e muito boas à noite dentro da categoria. 

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A ultrawide produz resultados aceitáveis, embora a menor resolução seja perceptível nas fotos.

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A câmera frontal faz boas selfies em ambientes bem iluminados, mas sofre com ruído em cenários escuros e tem limitações em situações de alto alcance dinâmico (HDR). Em vídeo, há limites claros: gravação em 1080p a 60 fps na câmera principal, mas cai para 30 fps nas demais lentes, com estabilização que deixa a desejar em movimento e desempenho noturno reduzido.

BATERIA: Os 5.200 mAh garantem autonomia para o dia todo?

A bateria de 5.200 mAh é ligeiramente maior que o padrão de 5.000 mAh, mas o ganho prático é pequeno. Em uso moderado, o aparelho chega ao fim do dia com cerca de 7 horas de tela e aproximadamente 15% de carga sobrando.

  • Bateria: 5.200 mAh;
  • Recarga: 33W (aprox. 1h15m para carga completa).

Se o uso incluir jogos intensos, será provável precisar recarregar ainda no meio da tarde. A recarga de 33W é adequada para a faixa de preço, mas não impressiona.

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VALE A PENA? O Moto G56 é a melhor compra na sua faixa de preço?

Com preço oficial de R$ 1.300 e lojas vendendo por cerca de R$ 1.100, o Moto G56 é uma alternativa interessante para quem quer economizar ao máximo sem abrir mão de um aparelho resistente e funcional.

Ele cumpre o que promete: resistência, desempenho básico sólido e câmeras competentes. No entanto, modelos como o Moto G86 ou o Samsung Galaxy A56 oferecem especificações superiores — especialmente em tela, câmeras e suporte a atualizações — por valores não muito maiores, apresentando melhor custo-benefício para quem pode gastar um pouco mais.

Se sua prioridade é durabilidade física e baixo preço, o G56 é uma ótima escolha. Se você valoriza longevidade de software e tela AMOLED, vale considerar outras opções.

E você, o que acha da estratégia da Motorola com o design das câmeras do G56? A maior resistência compensa a ausência de tela OLED? Conte para nós nas redes sociais!

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