O mercado financeiro diminuiu em 0,2 ponto percentual a previsão para a inflação neste ano. Agora, a expectativa é de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — reconhecido como a inflação oficial do país — feche 2025 em 4,43%. Estas informações estão no Relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira (1º) pelo Banco Central (BC). O boletim reúne semanalmente as projeções de analistas e instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2026, a projeção da inflação também recuou, passando de 4,18% para 4,17%. Essa é a terceira semana seguida de queda. Para 2027 e 2028, as previsões permanecem estáveis em 3,8% e 3,5%, respectivamente.
Com esse novo ajuste, a previsão para 2026 retorna ao intervalo da meta de inflação estabelecida pelo Banco Central. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo — o que estabelece um limite mínimo de 1,5% e máximo de 4,5%.
Conta de luz mais barata puxou inflação para baixo
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro foi de 0,09%, o menor valor para o mês em quase 30 anos, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consequentemente, a inflação acumulada em 12 meses caiu para 4,68% — a primeira vez em oito meses que o índice fica abaixo de 5%.
Segundo o IBGE, a redução na conta de luz foi um dos principais fatores que ajudaram a conter o índice, contribuindo para a queda de 0,3% no grupo Habitação.
Juros Básicos
A taxa básica de juros (Selic) — principal instrumento do Banco Central para atingir a meta de inflação — foi mantida em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A decisão reflete a queda da inflação e a desaceleração da atividade econômica, o que levou à manutenção da taxa pela terceira vez consecutiva.
Entretanto, o Copom não descarta a possibilidade de aumentar os juros novamente, caso seja necessário. Em nota, o BC ressaltou que o cenário internacional permanece incerto, especialmente devido à conjuntura e à política econômica dos Estados Unidos, que impactam as condições financeiras globais. No cenário interno, a autoridade monetária destacou que, apesar da desaceleração da atividade econômica, a inflação ainda está acima da meta — indicando que os juros continuarão elevados por um período prolongado.
De acordo com as estimativas do mercado, a Selic deve encerrar 2025 no atual nível de 15% ao ano. Para 2026, a expectativa é de redução para 12% ao ano. Em 2027 e 2028, as projeções apontam novos cortes, para 10,5% e 9,5% ao ano, respectivamente.
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PIB
A projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) — soma de todas as riquezas produzidas no país — é de 2,16% para o fechamento de 2025, patamar que se mantém estável há quatro semanas. Para 2026, a expectativa também permanece inalterada há um mês, em 1,78%.
No caso de 2027, as estimativas têm recuado: há quatro semanas, o mercado previa alta de 1,90% para o PIB, que passou para 1,88% na semana passada e recuou novamente, chegando a 1,83% na projeção mais recente. Para 2028, a previsão de crescimento segue estável em 2,00% há quatro semanas.
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