A 3ª Copa Macuxi de Futebol começou neste sábado, 22, reunindo 37 equipes compostas exclusivamente por moradores de 17 comunidades indígenas de Boa Vista. Ao todo são 740 atletas inscritos, distribuídos nas categorias Masculino (16 times), Feminino (13 times) e Sub-17 (8 times).
A disputa, realizada simultaneamente em quatro comunidades-polo — Darôra, Três Irmãos, Milho e Serra da Moça — segue até fevereiro, com jogos programados para os finais de semana. A Copa Macuxi oferece premiação em todas as categorias.
O evento é promovido pela Prefeitura de Boa Vista, por meio da Fundação de Educação, Turismo, Esporte e Cultura (FETEC), em parceria com a Secretaria Municipal de Agricultura e Assuntos Indígenas (SMAAI).
Valorização e fortalecimento cultural
Segundo Paula Sá, diretora de Esporte da FETEC, a Copa Macuxi vai além da competição. “Cada edição reforça a valorização da cultura, aproxima as comunidades e demonstra o poder transformador do esporte. Aqui se vê união, tradição e orgulho, refletidos na participação de mais de 700 atletas que representam suas comunidades com alegria e compromisso”, afirmou.
Para o tuxaua da comunidade indígena Serra da Moça, Alexsandro das Chagas, receber parte da Copa Macuxi tem grande importância para as famílias e para a economia local.
“Estamos na terceira edição realizada aqui na Serra da Moça e isso tem um peso enorme, pois promove interação, solidariedade e aproximação entre as comunidades e as equipes. Além disso, movimenta os pequenos comerciantes locais, que vendem refrigerante, bolos e outros itens, gerando renda para as famílias”, destacou.
Alexsandro acrescenta que o torneio também fortalece a organização comunitária e estimula o engajamento dos jovens. “A Copa é uma oportunidade para mostrarmos nossa estrutura, a beleza do trabalho coletivo e a união da comunidade ao receber a competição. Para a juventude, é uma chance de sair do isolamento, praticar esporte, cuidar da saúde e socializar. Isso faz com que todos se unam e se comprometam com o esporte”, completou.
Legado de inspiração e incentivo
Lucinete Marcolino, da comunidade indígena Truaru da Cabeceira, disputa a Copa Macuxi pela segunda vez e vê no torneio a continuidade das práticas esportivas locais. “A Copa é fundamental para nós. Fazemos de tudo para participar, pois o esporte une as comunidades e nos fortalece. Fico muito feliz com o significado que isso tem para todos”, declarou.
Lucinete fala com orgulho sobre a continuidade familiar no esporte. “Tenho uma filha que joga comigo, e isso é muito valioso porque demonstra a passagem do esporte entre gerações. Eles cresceram nos vendo jogar e hoje também gostam. Me sinto uma inspiração para eles, e isso me deixa muito realizada”, ressaltou.
Juventude motivada
O jovem atleta Elivandro da Silva, da comunidade Serra da Moça, também destacou o espírito de união entre os participantes. “Gosto muito de participar dos jogos. Nosso time treinou bastante e estamos confiantes. É gratificante ver todas as comunidades indígenas se unindo em busca do mesmo objetivo”, explicou.
Confira o valor das premiações, por categoria:
Masculino
• Campeão: R$ 15.000,00
• Vice-campeão: R$ 10.000,00
• 3º colocado: R$ 6.000,00
• Artilheiro: R$ 300,00
• Melhor goleiro: R$ 300,00
Total: R$ 31.600,00
Feminino
• Campeã: R$ 15.000,00
• Vice-campeã: R$ 10.000,00
• 3ª colocada: R$ 6.000,00
• Artilheira: R$ 300,00
• Melhor goleira: R$ 300,00
Total: R$ 31.600,00
Categoria Sub-17
• Campeão: R$ 10.000,00
• Vice-campeão: R$ 6.000,00
• 3º colocado: R$ 4.000,00
• Artilheiro: R$ 200,00
• Melhor goleiro: R$ 200,00
Total: R$ 20.400,00




