CNI passa a fazer parte do grupo governamental que enfrenta a crise do metanol

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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) participará do grupo de trabalho instituído pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública para enfrentar a crise do metanol. O Comitê foi anunciado na terça-feira (7) pelo ministro da pasta, Ricardo Lewandowski, e incluirá também representantes do governo federal e entidades do setor de bebidas.

Segundo o ministério, o grupo tem como objetivo proporcionar uma resposta rápida e coordenada para conter os casos de intoxicação pela substância, fortalecer o setor produtivo afetado e integrar ações e boas práticas entre poder público e iniciativa privada.

Conforme o Ministério da Saúde, até esta quarta-feira (8), foram registradas 259 notificações de intoxicação por metanol relacionadas ao consumo de bebida alcoólica. Do total, 24 foram confirmadas e 235 estão em investigação. São Paulo é o estado com o maior número de casos, com 20 confirmados e 181 em investigação. Os cinco óbitos confirmados também ocorreram em São Paulo. Outros 11 permanecem sob investigação.

A CNI expressou solidariedade às famílias das vítimas e defendeu a coordenação entre União, estados e municípios para intensificar a fiscalização e a atuação conjunta das forças de segurança, vigilância sanitária e órgãos de inteligência.

“No contexto atual, as organizações industriais são fontes confiáveis de informação para conscientizar consumidores e profissionais do setor de bebidas sobre a importância de reconhecer marcas autênticas e identificar sinais de adulteração. A indústria também colabora com alertas sobre riscos à saúde e segurança associados ao consumo de produtos irregulares e divulga canais para denúncias de atos ilícitos”, detalhou a entidade em nota.

A professora do Instituto de Química da Universidade de Brasília (UnB), Grace Ghesti, explica que as bebidas destiladas e de marcas importadas – que possuem custo mais elevado no mercado – são o principal alvo de adulterações. “As fábricas clandestinas fazem de tudo para que a adulteração seja imperceptível para nós, podendo assim vender pelo mesmo preço de uma bebida original”, informa.

Falsificação causa prejuízos bilionários

Além de colocar a vida da população em risco, as falsificações e outros crimes, como contrabando, pirataria, roubo de cargas e sonegação fiscal, alimentam o crime organizado e geram perdas bilionárias à economia. Estudo da CNI, Firjan e Fiesp estimou em R$ 453,5 bilhões o prejuízo causado por atividades ilegais em 16 setores em 2022 — valor superior ao PIB do estado de Santa Catarina. Apenas em tributos, deixaram de ser arrecadados R$ 136 bilhões, e cerca de 370 mil empregos diretos deixaram de ser gerados.

Segundo a entidade, o combate ao mercado ilegal deve incluir campanhas de conscientização para consumidores e profissionais do setor sobre como identificar produtos autênticos e canais para denunciar irregularidades.

A professora Grace Ghesti ressalta a importância de sempre verificar a procedência das bebidas alcoólicas antes do consumo, observando se os lacres estão intactos, por exemplo, além de buscar estabelecimentos confiáveis para comprar ou consumir o produto. Ela explica que, em caso de suspeita de intoxicação por metanol, é fundamental procurar uma unidade de saúde imediatamente e informar qual bebida e a quantidade consumida.

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