5 de outubro de 2025
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A PCRR (Polícia Civil de Roraima), por meio do DERCC (Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos) e com apoio da DDCON (Delegacia de Defesa do Consumidor), deflagrou, nas primeiras horas desta quinta-feira, 2, a operação Credencial Falsa, contra uma empresa acusada de aplicar golpes milionários em financiamentos e consórcios falsos de imóveis. Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em Boa Vista, Manaus e São Luís (MA).
As ações ocorreram no Centro da capital roraimense e no bairro São Bento, sob a coordenação do delegado da DERCC, Eduardo Patrício. Nas demais cidades, a operação contou com o apoio da PCAM (Polícia Civil do Amazonas) e da PCMA (Polícia Civil do Maranhão).
Segundo o delegado, o modus operandi da empresa consistia em prometer contemplação garantida para quem contratasse consórcios e financiamentos. As vítimas eram atraídas por anúncios em redes sociais e orientadas a comparecer à sede da empresa. No local, eram convencidas a pagar valores de entrada em que apenas 5% era destinado a abertura de uma cota de consórcio, e o restante, 95%, era apropriado pela empresa sob a justificativa de uma suposta taxa de intermediação.
“Eles faziam postagens nas redes sociais prometendo contemplação imediata na compra de imóveis e automóveis e afirmavam que, para adquirir o bem mais rapidamente, era necessário dar um valor de entrada”, explicou o delegado.
As investigações revelaram que, além de receber valores de entrada, a empresa emitia boletos em nome próprio para o pagamento das parcelas mensais, sem repassar os valores às administradoras.
“Apenas uma pequena fração era destinada de fato a algum consórcio, o que tornava praticamente impossível que a pessoa fosse contemplada”, destacou Eduardo Patrício.
Também foram identificadas fraudes documentais, como alterações em contratos e confirmações falsas de adesão feitas por telefone por terceiros. Ficou comprovado ainda que a empresa não mantinha vínculo com administradoras oficiais de consórcios e financiamentos.
Outro ponto investigado é a participação de um dos suspeitos, residente em São Luís, que possuía contrato com administradoras de consórcio. Ele teria usado essa parceria para firmar um convênio informal com a empresa de Boa Vista, sem o conhecimento das administradoras.
Até o momento, mais de 100 B.O.s (Boletins de Ocorrência) foram registrados contra a empresa, e os prejuízos ultrapassam R$ 1 milhão.
“As vítimas percebiam o golpe após pagar a entrada e, passados cerca de dois meses, não eram contempladas. Ao procurar a empresa, eram orientadas a aguardar o mês seguinte, mas a contemplação nunca acontecia. Além disso, os valores pagos não eram devolvidos”, relatou o delegado.
Durante as diligências, foram apreendidos documentos, aparelhos eletrônicos e bens ligados ao esquema. Também foi identificada a violação de uma empresa interditada pelo PROCON em fevereiro de 2025. Objetos foram retirados irregularmente do local.
Para evitar ser vítima desse tipo de crime, o delegado da DERCC orienta que os cidadãos exijam contratos formais e procurem empresas reconhecidas e com credibilidade no mercado.
“As pessoas que desejam contratar um consórcio devem realizar o procedimento diretamente com as administradoras e não por meio de intermediárias, que acabam induzindo ao erro e recebendo valores de entrada que jamais chegam às administradoras”, alertou Eduardo Patrício.
SECOM RORAIMA
Texto: Ascom/PCRR
Fotos: Ascom/PCRR