A PCRR (Polícia Civil de Roraima) finalizou nesta terça-feira, 30, o curso Investigação Patrimonial Qualificada, dirigido exclusivamente a delegados de polícia, com o propósito de fortalecer o enfrentamento ao crime organizado por meio da descapitalização financeira dessas organizações.
A capacitação, com carga horária de 12h e formato híbrido (online e presencial), foi promovida pelo Nupen (Núcleo de Ensino e Pesquisa) da corporação em parceria com a Escola do Governo, da Segad (Secretaria da Gestão Estratégica e Administração). O curso foi ministrado pela delegada titular da Decor (Divisão Especial de Combate à Corrupção), Magnólia Soares, que destacou a importância da técnica.
“Trouxemos ao curso um novo olhar para essas investigações, indicando os portais que estão acessíveis. É ir além do crime: investigar com qualidade, utilizando ferramentas que já estão disponíveis”, explicou.
Segundo ela, a investigação patrimonial qualificada é estratégica por permitir identificar bens e valores de origem ilícita. “Nossa proposta foi alertar que uma investigação vai além do básico. Ao aplicar técnicas qualificadas, você identifica outros crimes, como organizações criminosas e associações para o tráfico. É preciso ir além, explorando as ferramentas disponíveis”, reforçou a delegada.
Durante o treinamento, os delegados aprenderam a levantar dados patrimoniais, elaborar Relatórios de Investigações Financeiras e atuar na recuperação de ativos apreendidos. “A ideia era demonstrar que uma investigação de qualidade pode revelar conexões surpreendentes. Às vezes se parte de um caso simples e, ao analisar o patrimônio, descobre-se uma rede criminosa”, completou Magnólia.
Para a delegada-geral da PCRR, Darlinda de Moura Viana, a capacitação reflete o compromisso da instituição em modernizar os métodos investigativos. “O curso evidencia nosso empenho em fornecer aos agentes o conhecimento necessário para enfrentar a criminalidade em sua essência: o patrimônio ilícito que sustenta as organizações criminosas”, afirmou.
A iniciativa integra um ciclo de formações promovidas pela PCRR em setembro, todos com foco no combate qualificado ao crime organizado. No dia 16 foi realizado o curso Rede Recupera, que aprimorou técnicas para recuperação de bens ilícitos e apresentou a regulamentação do MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública) sobre a criação das URAs (Unidades de Recuperação de Ativos).
No dia 23 foi ministrado o curso sobre RIF (Relatório de Inteligência Financeira) e Lavagem de Dinheiro, com foco na análise de dados financeiros e no uso de informações do Coaf em processos criminais.
Ao término das três formações, a delegada Magnólia resumiu: “Não basta permanecer no básico; é preciso ir além. Foi um alerta. Temos que estar dispostos a explorar todos os caminhos. Só assim alcançamos os resultados que a sociedade espera”.