O número de inscrições nos cursos de inteligência artificial oferecidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) aumentou cinco vezes em um ano. Em 2023, a instituição registrou 11,4 mil matrículas, enquanto em 2024 foram 53,4 mil. Mateus Simões, gerente de Educação Profissional e Tecnológica do SENAI, atribui essa alta demanda às novas tecnologias que estão surgindo no mercado.
“O uso da IA na indústria não é novidade. Já utilizamos visão computacional e machine learning, por exemplo, como soluções que proporcionam melhorias em qualidade, eficiência e produtividade. O crescimento exponencial dos cursos é consequência da difusão que a IA generativa trouxe a diversos outros setores”, explica ele, referindo-se ao tipo de tecnologia capaz de criar novos conteúdos e ideias, imagens, áudios e vídeos, além de reutilizar conhecimentos para resolver novos desafios.
Entre os cursos mais buscados estão Ética na Inteligência Artificial; Implantação de Serviços de Inteligência Artificial; Digital Skills: Inteligência Artificial e ChatGPT; IA: Aplicações na Indústria; Fundamentos de Inteligência Artificial; Formulando Prompts com IA; Fundamentos de Ciência de Dados; Banco de Dados para Data Science; IA na Gestão de Negócios e IA na Indústria.
Embora a maioria dos brasileiros (82%) já tenha ouvido falar sobre IA, somente 54% compreendem o significado do termo. Por outro lado, 18% nunca ouviram falar e 46% não entendem seu conceito. Dados da pesquisa “Consumo e uso de Inteligência Artificial no Brasil”, realizada pelo Observatório Fundação Itaú e Datafolha, mostram que a busca por conhecimento técnico e qualificação é essencial para quem procura uma oportunidade profissional.
“Dominar inteligência artificial no mercado atual não é uma opção, é uma exigência. Empresas que não utilizarem IA como vantagem competitiva, para diferenciar seus serviços e processos produtivos, colocam o negócio em risco. Hoje, o uso de aplicações em ambientes produtivos, bem como em serviços administrativos e comerciais, é fundamental”, destaca Simões.
Entre os usuários de ferramentas que envolvem IA, 70% reportaram utilizá-las para apoiar atividades no trabalho, para entretenimento no tempo livre e para estudos. O levantamento ainda indica que, quanto maior a escolaridade, maior é o uso da tecnologia para tarefas laborais. Diante desse cenário, o gerente de Educação Profissional e Tecnológica do SENAI ressalta que a escassez de profissionais com letramento digital torna as vagas mais atrativas financeiramente.
“As empresas ainda têm dificuldade para encontrar profissionais com conhecimento aprofundado em aplicações de inteligência artificial. Para quem deseja se especializar nessa área, o mercado de trabalho com salários elevados está garantido.”
Programa
Para atender a essa demanda crescente, o SENAI lançou este ano o Programa SENAI de IA Industrial, com trilhas formativas personalizadas para empresas e profissionais. A iniciativa inclui imersão presencial para lideranças, diagnóstico gratuito de prontidão tecnológica e elaboração de plano de ação com consultorias, cursos de qualificação, pós-graduação e programas de residência técnica com provas de conceito (PoCs) aplicadas ao ambiente produtivo. A residência em IA oferece 12 meses de formação prática com mentoria especializada e bolsa de estudo.
A instituição também disponibiliza diferentes níveis de formação em IA, com algumas opções gratuitas, incluindo cursos introdutórios, como Fundamentos de Python para IA (40h) e vídeos rápidos sobre ferramentas de IA aplicadas à indústria. Para mais informações, acesse o portal do SENAI ou procure uma unidade perto de você.
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