O torcedor supersticioso acredita em rituais e coincidências que, em sua cabeça, são capazes de decidir o resultado de uma partida. Entre as várias crenças que preocupam os aficionados, a chamada “Lei do Ex” é talvez a que mais cause pavor atualmente no futebol. O Fluminense que o diga.
Nesta terça-feira (8), a equipe carioca foi eliminada da Copa do Mundo de Clubes na semifinal, após ser derrotada pelo Chelsea, por 2 a 0, no MetLife Stadium, em East Rutherford. João Pedro, 23 anos, formado nas categorias do time das Laranjeiras, foi o grande destaque da classificação do clube londrino, com dois golaços, um em cada tempo.
O ex-atleta do Fluminense tem uma relação bastante recente com o Chelsea. Contratado no início do mês, vindo do Brighton, o atacante fez sua estreia na última sexta-feira (4), nas quartas de final do Mundial, entrando no segundo tempo.
Sua passagem pelo profissional do time carioca também foi curta. Em outubro de 2018, antes de se juntar ao elenco principal, ele foi negociado com o Watford, uma transferência que seria concretizada quando ele completasse 18 anos. Em 2019, fez 37 jogos e marcou 10 gols pelo Fluminense antes de se mudar para a Inglaterra.
Ainda em busca de seu primeiro título como profissional, João Pedro está a um jogo de inaugurar o que pode ser uma galeria no futuro. Para isso, o Chelsea precisa vencer o duelo entre Paris Saint-Germain e Real Madrid. A segunda semifinal do Mundial será disputada nesta quarta-feira (8), novamente no MetLife Stadium, às 16h (de Brasília).
A decisão ocorrerá no domingo (13), também às 16h, no mesmo estádio. Diferentemente do que acontece na versão de seleções, não há disputa de terceiro lugar na Copa do Mundo de Clubes.
Apesar disso, o Fluminense pode considerar sua campanha como uma redenção, apenas por estar entre os quatro melhores times da competição. Em 2024, o time lutou contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro e só escapou na última rodada, vencendo o Palmeiras, em São Paulo.
O Fluminense havia chegado invicto à semifinal do Mundial, com três vitórias e dois empates desde a fase de grupos, mantendo uma invencibilidade de 11 jogos durante toda a temporada.
No primeiro tempo, sob o forte calor de 35ºC em East Rutherford, a partida foi equilibrada com o Chelsea, embora a equipe inglesa tenha tido as melhores chances.
O primeiro gol saiu aos 18 minutos, quando Pedro Neto fez uma jogada individual pela esquerda, tentou cruzar na área, e a zaga do Fluminense afastou. João Pedro ficou com o rebote e, com uma finalização de chapa, abriu o placar.
A primeira resposta da equipe comandada por Renato Gaúcho veio aos 25 minutos, quando Hércules tabelou com Cano, invadiu a área e finalizou por baixo das pernas do goleiro Sánchez. Cucurella, porém, apareceu em cima da linha para salvar.
Aos 35, o árbitro François Letexier marcou pênalti para o Fluminense após Trevoh Chalobah desviar a bola com o braço. Chamado pelo VAR (árbitro de vídeo) para revisar a jogada, o francês anulou a marcação, considerando um “movimento natural” do defensor do Chelsea. O lance causou revolta nos jogadores brasileiros.
Se o primeiro tempo terminou com a equipe brasileira mais perto do empate, na volta do intervalo o cenário mudou, e o time inglês retomou o controle da partida. Logo aos 11 minutos, ampliou a vantagem.
Após um erro de Bernal, Palmer recuperou a bola e, mesmo caindo, conseguiu armar um contra-ataque. O camisa 10 tocou para Enzo Fernández, que lançou para João Pedro. O brasileiro dominou, limpou a marcação de dois adversários e acertou mais um chute preciso, com um desvio no travessão antes de entrar no fundo da rede.
O gol trouxe tranquilidade ao elenco dirigido por Enzo Maresca, que pôde administrar a vantagem e assegurar a vitória, avançando na competição.
Na sua trajetória até a decisão, o Chelsea enfrentou três equipes brasileiras. Na segunda rodada da fase de grupos, perdeu para o Flamengo, por 3 a 1. Em seguida, eliminou o Palmeiras nas quartas de final, vencendo por 2 a 1, antes de superar o Fluminense na semifinal.
Em competições intercontinentais, a equipe londrina também se encontrou com brasileiros em duas finais do Mundial de Clubes, recentemente rebatizado pela FIFA como Copa Intercontinental. Em 2012, perdeu a decisão para o Corinthians, o último time da América do Sul a conquistar um troféu desse nível. Nove anos depois, em 2021, o Chelsea se sagrou campeão mundial pela primeira vez, derrotando o Palmeiras na final.
Em busca do bicampeonato intercontinental, a equipe azul terá pela primeira vez, portanto, um rival da Europa em uma decisão.