Data é a mais importante do setor e concentra 15% das vendas anuais, de R$ 20 bilhões
As vendas de flores no dia das mães devem crescer 6% este ano, segundo o Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor). A data é a mais importante do setor e concentra 15% das vendas anuais, de R$ 20 bilhões.
O aumento reflete uma conjunção de fatores. De acordo com Renato Opitz, diretor do Ibraflor, melhorias logísticas e de qualidade, como o transporte refrigerado e a redução do manuseio das flores, garantem maior durabilidade dos produtos. “O desempenho deste segmento está cada vez mais relacionado à eficiência da cadeia produtiva do que às flutuações econômicas”, explica.
Além disso, as vendas digitais tem sido cada ano mais expressivas. Atualmente, mais de 25 mil canais de comercialização, entre físicos e virtuais, movimentam o mercado. Floriculturas que antes investiam em grandes lojas hoje operam com estruturas mais enxutas, priorizando vendas por redes sociais e aplicativos. “O WhatsApp se tornou um importante canal de venda e divulgação”, conta o executivo.
Quanto às variedades mais comercializadas, as rosas continuam líderes absolutas nas vendas nacionais, seguidas pelas orquídeas. Ainda que as rosas vermelhas sigam liderando o ranking de preferência, há um aumento na diversidade das flores vendidas. O setor apostou na introdução de novas variedades e cores, incluindo opções bicolores e tonalidades menos convencionais.
Perfis de consumo
Entre as flores de corte, as alstroemerias, as gypsophilas, os tangos e os ruscus também estão entre as preferidas para compor os buquês. “São mais de 400 espécies de flores, o que nos permite atender a todos os perfis de consumidor, desde os mais econômicos aos mais exigentes”, diz Opitz, destacando um aumento também na procura por plantas ornamentais nos últimos anos, como as suculentas, que continuam na moda. “São plantas fáceis de cuidar, resistentes e que se adaptam a diversos ambientes”, diz.
A demanda varia de acordo com cada região do País. “Espécies como lírios, kalanchoes, azaleias, begônias, violetas e crisântemos também têm boa aceitação, dependendo da disponibilidade e preferências locais”, explica.
Estimativas do Ibraflor apontam para um aumento médio de 8% a 10% no faturamento em relação ao ano passado, puxado principalmente pelo volume de vendas, com um ajuste de preço abaixo da inflação, estimado em 3%. Isso indica que, mesmo com os desafios macroeconômicos, o consumidor está disposto a gastar, ainda que com moderação.
“O interessante é que o crescimento não vem apenas das datas comemorativas”, destaca o diretor. Segundo ele, a compra de flores para o dia a dia, seja para uso próprio ou para presentear com mais frequência, é um hábito que vem se consolidando no pós-pandemia.
Sobre o atual contexto econômico, Opitz acredita que, embora a instabilidade tenha algum impacto no consumo, o setor está melhor preparado. “Trabalhamos para melhorar a qualidade e a disponibilidade dos produtos, independentemente do cenário macroeconômico”, diz.
Por Luciana Franco