Certificação viabiliza exportação de frutas de Roraima

Exportacao de frutas de Roraima 2

A fruticultura de Roraima está mais perto de acessar novos mercados graças ao avanço na certificação de áreas livres da mosca-da-carambola (Bactocera carambolae), conforme a Portaria nº 776 do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). O trabalho, conduzido pela Aderr (Agência de Defesa Agropecuária de Roraima), assegura condições sanitárias que permitem aos produtores locais comercializar suas frutas em outros estados, como o Amazonas.

Segundo o presidente da Aderr, Marcelo Parisi, a certificação abre oportunidades para ampliar a presença das frutas roraimenses em mercados maiores. “Com o controle adequado e a certificação, os produtores conseguem vender com segurança para o Amazonas, que é um importante mercado consumidor e, em muitos casos, maior que o mercado interno de Boa Vista.”

Para conquistar a certificação, o produtor deve seguir etapas específicas. O primeiro passo é confirmar se a fruta cultivada é hospedeira da praga. Variedades como manga, goiaba, mamão e pimenta-de-cheiro exigem certificação. Se o produto for suscetível, o agricultor precisa procurar a UDA (Unidade de Defesa Agropecuária) mais próxima e cadastrar sua UP (Unidade de Produção).

No momento do registro, são coletados dados da propriedade — nome, endereço e localização. Técnicos da Aderr realizam uma vistoria preliminar e instalam armadilhas para detectar a presença da mosca. Também é verificado o histórico de monitoramento do último ano para confirmar que não houve ocorrência da praga.

A Aderr indica uma lista de engenheiros agrônomos que acompanham todo o processo. O produtor pode contratar um profissional particular ou utilizar o serviço público. Neste último caso, deve procurar a prefeitura local ou o Iater (Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural).

Com o suporte do responsável técnico, o agricultor informa dados sobre a área cultivada, a estimativa de produção e os tratos culturais aplicados. Com base nessas informações, a Aderr emite um código nacional de identificação para a Unidade de Produção. “Uma mesma propriedade pode conter várias Unidades de Produção, dependendo da espécie cultivada, do tempo de plantio e da localização dos talhões”, esclarece o diretor de Defesa Vegetal da Aderr, Marcos Prill.

Monitoramento e tempo de verificação

O monitoramento é realizado com armadilhas distribuídas conforme a extensão da área e o tipo de cultivo. Para obter a certificação é preciso manter cinco semanas consecutivas de monitoramento sem registros da mosca. Concluído esse período, a Aderr encaminha a documentação ao MAPA, que faz a verificação final e, se aprovada, autoriza o início das exportações.

A renovação do cadastro é simples, desde que o produtor mantenha o controle fitossanitário e não haja captura da praga. “Se houver captura de uma mosca, a exportação é suspensa imediatamente e a propriedade precisa reiniciar o monitoramento até comprovar novamente a ausência da praga. São realizados quatro monitoramentos pela Aderr e um quinto pelo MAPA”, detalha Prill.

Apesar das exigências, Roraima conta com uma vantagem natural: muitas propriedades do estado já estão livres da mosca-da-carambola. Esse cenário favorece a expansão comercial e reforça a reputação do estado em sanidade vegetal e qualidade agrícola.

A nova etapa de certificação consolida Roraima como um polo promissor na produção de frutas tropicais, fortalecendo o setor e abrindo novas possibilidades de negócios em âmbito regional e nacional.

 

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