Volume em poder das grandes indústrias caiu 24,2% em 2024, na comparação com o ano anterior
Os estoques de suco de laranja brasileiro em poder das grandes indústrias exportadoras atingiram, em 2024, o menor nível da história. No dia 31 de dezembro, o volume era de 351,48 mil toneladas em equivalente concentrado, segundo levantamento que auditorias independentes fizeram com as associadas da CitrusBR, entidade que representa Citrosuco, Cutrale e Louis Dreyfus Company (LDC).
O volume dos estoques caiu 24,2% em relação a 2023, quando as indústrias detinham 463,94 mil toneladas. A diminuição foi consequência da pequena safra de laranja, a menor que o Brasil teve em 30 anos, diz Ibiapaba Netto, diretor-executivo da CitrusBR.
Em 2024/25, a produção de laranja no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo e Sudoeste Mineiro foi de 228,52 milhões de caixas de 40,8 quilos, o que representou um declínio de 25,6% em relação a 2023/24, segundo o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus). Essa foi a quinta safra consecutiva com volume que a indústria considera insuficiente, de menos de 310 milhões de caixas.
A produção brasileira de suco na safra que terminou em junho de 2024 foi de 898,6 mil toneladas convertidos em suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) equivalente a 66 brix, um volume 5% menor do que o do ciclo anterior, segundo a CitrusBR. Brix é uma escala que mede a quantidade de sólidos solúveis em uma solução, principalmente açúcar ou sacarose. Um brix equivale a 1 grama de sacarose em 100 gramas de solução.
Em janeiro deste ano, o Centro de Estudos em Economia Aplicada (Cepea) já havia afirmado que nem mesmo a diminuição das exportações ou do consumo doméstico de suco de laranja em 2024/25 seriam suficientes para impedir uma forte redução dos estoques. O Fundecitrus vai apresentar em maio a primeira estimativa sobre a safra 2025/26.
Por Fernanda Pressinott
